Agência Pará
pa.gov.br
Ferramenta de pesquisa
ÁREA DE GOVERNO
TAGS
REGIÕES
CONTEÚDO
PERÍODO
De
A
MOBILIZAÇÃO
English Version

Fórum de Justiça Climática debate em Belém 'Periferias, florestas e futuros do Sul Global'

Realizado pelo Museu das Amazônias em parceria com o Museu das Favelas, o evento discutiu racismo ambiental, cultura e sustentabilidade em dois dias de programação

Por Amanda Engelke (SECULT)
18/10/2025 16h25
O Fórum reuniu lideranças comunitárias, artistas, comunicadores e pesquisadores de várias regiões do Brasil

O Museu das Amazônias, equipamento do Governo do Pará que integra o Complexo do Porto Futuro, em Belém, realizou, nos dias 16 e 17 de outubro, o Fórum de Justiça Climática. A iniciativa, em parceria com o Museu das Favelas (SP), marcou o início das atividades de debates e formação do Museu, reafirmando o espaço também como um polo de reflexão sobre o papel das Amazônias e dos povos do Sul Global diante da crise climática e das desigualdades ambientais.

Com o tema “Periferias, florestas e futuros do Sul Global”, o Fórum promoveu dois dias de programação, reunindo lideranças comunitárias, artistas, comunicadores e pesquisadores de diferentes regiões do Brasil. Os debates abordaram arte, cultura, territórios, tecnologias ancestrais e comunicação, com ênfase na construção de políticas e narrativas em torno da Justiça Climática.

Secretária Ursula Vidal

A secretária de Estado de Cultura, Ursula Vidal, participou da mesa sobre arte, cultura e imaginação, destacando o papel da cultura como instrumento de mobilização e transformação social. “São espaços riquíssimos que qualificam nossa fala, nosso protagonismo e nossa luta pela justiça climática e ambiental”, afirmou.

Para Camila Costa, coordenadora de Comunicação do Museu das Amazônias, o Fórum simboliza o propósito do espaço. “É muito significativo que o Museu inicie suas atividades com um Fórum sobre justiça climática, neste momento de pré-COP30. O tema traduz o que queremos construir aqui: um museu que pensa o mundo a partir das Amazônias e das perspectivas de povos que historicamente resistem, criam e propõem caminhos para a sustentabilidade e a justiça”, destacou.

Entre as participantes, Ana Luiza de Araújo, integrante do Movimento Tucunduba Pró Lago Verde e moradora do bairro da Terra Firme, em Belém, ressaltou a importância de pautar as questões periféricas na agenda ambiental. “Vejo esse espaço como fundamental para que a gente possa trazer nossas pautas ambientais e periféricas, como as que ocorrem no bairro da Terra Firme”, disse Ana Luiza.

Urgência - A cantora Ivy Sophia reforçou a necessidade de aproximar o debate das comunidades mais impactadas. “É importante que a gente leve essa discussão para as pessoas mais afetadas, que vivem nas periferias. Esse debate é urgente e diz respeito a todos nós”, frisou.

Para Jairo Malta, curador do Museu das Favelas, a parceria amplia o diálogo entre diferentes territórios do País. “Favelas, baixadas e comunidades unem o Norte e o Sudeste como territórios periféricos e marginalizados, presentes tanto na Amazônia quanto em São Paulo e no Rio de Janeiro”, afirmou.

O Museu das Amazônias foi entregue no início de outubro e integra o conjunto de investimentos que ficarão como legado da COP30 (conferência mundial sobre mudanças climáticas). O espaço abriga atualmente as exposições Amazônia, do fotógrafo Sebastião Salgado, e Ajurí, organizada pelo IDG (Instituto de Desenvolvimento e Gestão). Também está aberto a se tornar ambiente de pesquisa, ciência e debate sobre futuros possíveis para as Amazônias.

O Museu conta com a parceria do Ministério da Cultura, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Sua concepção e implementação foram conduzidas pelo IDG, com apoio do Museu Paraense Emílio Goeldi.

Exemplo bem-sucedido de cooperação entre Estado e iniciativa privada, o Museu das Amazônias tem a Vale como parceira estratégica, apoio internacional do CAF, parceria técnica do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e apoio financeiro da Finep (Financiadora de Estudos e Pesquisas). Conta ainda com a colaboração de empresas como Hydro, New Fortress Energy, Ipiranga, Mercado Livre e Ultracargo.

O Museu das Amazônias funciona de quinta a terça-feira, das 10h às 18h, com última entrada às 17h. Às quartas-feiras, o espaço permanece fechado para manutenção. A entrada é gratuita, e os ingressos podem ser retirados antecipadamente pelo link sympla.com.br/produtor/museudasamazonias ou diretamente na bilheteria do Museu, durante o horário de funcionamento.

*Com informações do Assessoria de Comunicação do Museu das Amazônias