Casa Pará consolida cultura amazônica e fomenta turismo em evento nacional de criatividade
A presença do Pará nesse ambiente permitiu uma apresentação personalizada do Estado, aproximando o visitante ao que há de mais autêntico na Amazônia: o fazer manual, a estética do território, os saberes tradicionais e as expressões criativas

Durante a Semana Criativa de Tiradentes, em Minas Gerais, foi realizada a 2ª edição da Casa Pará, espaço dedicado a celebrar os saberes, expressões artísticas, identitárias da cultura paraense e ser uma experiência imersiva do turismo. A iniciativa, que conta com o apoio institucional da Secretaria de Estado de Turismo (Setur), tem como objetivo ampliar a narrativa do Brasil plural, promover visibilidade para artistas e artesãos amazônicos e expandir o diálogo entre tradições.
Mais de cinco mil pessoas passaram pela casa no período de 16 a 20 de outubro. A casa, localizada na rua Santíssima Trindade, foi palco de intervenções, oficinas e encontros que reforçam a conexão entre a cultura amazônica e os territórios criativos pelo Brasil. O espaço integra as casas temáticas da Semana Criativa de Tiradentes, compondo um circuito de experiências e encontros culturais.
A Casa Pará reuniu artistas, artesãos, ceramistas e designers paraenses em um dos principais eventos de design e economia criativa do País. A presença do Pará nesse ambiente permitiu uma apresentação personalizada do Estado, aproximando o visitante ao que há de mais autêntico na Amazônia: o fazer manual, a estética do território, os saberes tradicionais e as expressões criativas.
A diretora de produtos turísticos da Setur explica que a participação da Secretaria esse ano foi de prospecção e fomento ao turismo. “Entendemos que fomentar iniciativas como essa é essencial para transformar pontes culturais em oportunidades de promoção turística e valorização da identidade paraense. Também entendemos que o evento se consolida como uma oportunidade real de promoção do destino. Mais que uma mostra, a Casa Pará foi uma experiência sensorial e afetiva, despertando no público o desejo de conhecer o Pará por meio de sua arte, suas tradições e seus criadores”, pontuou a diretora.
“Essa foi uma estratégia de promoção turística, que alia design, identidade e hospitalidade. A Casa Pará já se consolidou como uma vitrine imersiva da cultura e da criatividade paraense, aproximando um público altamente qualificado do potencial turístico do Pará. E é justamente esse o nosso papel: transformar experiências culturais em oportunidades de desenvolvimento para o turismo e valorização da nossa identidade”, complementou Alessandra.
Nanda Messias foi uma das visitantes da Casa Pará e afirmou estar muito impactada com tudo que viu. “Eu conheço o Pará, o povo é maravilhoso, acolhedor. A Casa Pará foi uma oportunidade de mostrar e relembrar tudo que o Pará tem de incrível”, disse.
Programação plural

A Casa Pará contou com uma programação diversa de um grupo de artistas visuais, plásticos, musicais, do design e da gastronomia. Entre os artistas que a casa recebeu estiveram Mestre Vital, que apresentou as máscaras feitas para o Cordão de Última Hora, bloco de carnaval criado por sua família no município de Cametá, com adereços feitos a partir do reaproveitamento de materiais que seriam descartados; PV Dias, artista amazônico que atua com pintura, colagem, fotografia, vídeo e arte digital; Walda Marques, fotógrafa retratista que inverte seu papel e se torna objeto de observação na performance "A Fotografada"; Petchó Silveira, artista autodidata que retrata a população negra amazônica e suas questões existenciais; e Roberta Carvalho, que apresentou o projeto Symbiosis, com uma série de projeções digitais videográficas ou fotográficas em copas de árvores e vegetações.
O projeto "Admiriti" expôs uma coleção de mobiliários e luminárias feitos a partir do miriti, matéria-prima tradicional da Amazônia. A fibra leve e maleável é retirada do caule das folhas mais maduras, em uma poda que mantém a palmeira em pé e até estimula seu crescimento. A exposição busca dar visibilidade aos saberes dos artesãos e transformar essas criações em objetos de design colecionáveis. Ainda na Casa, a instalação "Veropa" recriou a feira do Ver-o-Peso, a partir de objetos que são ícones do maior mercado a céu aberto da América Latina. O jardim da Casa recebeu a instalação "Cabeçudinhos", com personagens folclóricos do carnaval e das festas juninas do município de São Caetano de Odivelas.

A Casa Pará também promoveu oficinas para a confecção de máscaras e de manuseio do miriti, apresentação de cafés amazônicos e o historiador Michel Pinho, que repetiu o sucesso de 2024, realizando dois tours: pelos espaços da Casa Pará e pelas ruas de Tiradentes em uma aula pública sobre as diferentes formas de morar no Brasil colonial.

A programação contou ainda com os Açaí Talks, promovido pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-PA), que levou nomes da cultura e do empreendedorismo paraense para dividir as histórias e experiências com o mercado. A gastronomia paraense foi representada pelo chef Arturo Baez, que preparou pratos típicos da região, destacando a inovação e respeito às raízes culturais da Amazônia. Na programação cultural, pocket show do cantor Felipe Cordeiro e DJ Zek Picoteiro.