Adepará entrega certificado de zona livre de aftosa sem vacinação para o setor produtivo
Parceria entre todos os elos da cadeia da pecuária foi decisiva para a conquista internacional

A Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) fez a entrega nesta terça-feira, 21, para representantes do setor produtivo, do certificado da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) que reconhece o Brasil como uma zona livre de febre aftosa sem vacinação.
A entrega do documento aconteceu durante uma reunião na sede da Adepará, em Belém, da qual participaram o diretor-geral da Adepará, Jamir Macedo; a assessora técnica do Fundo de Desenvolvimento da Pecuária do Estado do Pará (Fundepec), da Federação da Agricultura do Estado do Pará (Faepa), Rose Remor; o presidente da União Nacional da Indústria e Empresas da Carne (Uniec), Francisco Victer e Daniel Freire, presidente do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados do Estado do Pará (Sindicarne).
O reconhecimento, concedido pela OMSA, posiciona o Brasil — e o Pará — em um novo patamar no comércio internacional de carnes. A certificação foi oficializada em maio, durante a 92ª Assembleia Geral da OMSA, na França.
“Nós, enquanto Agência de Defesa Animal, estivemos lá em maio representando o Pará nesse momento histórico para essa importante cadeia produtiva, que gera riquezas para o nosso Estado. Agora, estamos compartilhando, dividindo, essa conquista com todos que integram esse setor”, ressaltou Jamir Macedo, diretor-geral da Adepará.
Para Francisco Victer, presidente da Uniec, o novo status sanitário é um símbolo da confiança internacional no trabalho realizado no campo. “É um feito de enorme relevância. Mostra que o mundo acredita no controle sanitário do Brasil e na responsabilidade dos nossos produtores”, afirmou.
Portas abertas para mercados de alto valor
Com o novo certificado, o Pará, que possui rebanho de mais de 26 milhões de cabeças, poderá acessar mercados exigentes e de alto valor agregado, como Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul e União Europeia. A expectativa é de aumento das exportações e melhor valorização da carne paraense.
“O novo status sanitário é porta de entrada para novos e importantes mercados, que já exigiam a condição de livre da doença sem vacinação, então a perspectiva do Brasil e do Pará é encontrar essas incríveis fronteiras para a carne paraense brasileira. No final das contas, representa mais mercado, mas fundamentalmente, melhor cotação para o produto, que é o boi, a carne, então o que nós podemos ver é a recompensa de todo esse esforço com melhor remuneração pela atividade que cada um desempenha nesse processo produtivo”, explicou.
Trinta anos de trabalho no campo
Rose Remor, assessora técnica do Fundepec/Faepa, que reúne os sindicatos rurais em todo o território paraense, destacou o papel fundamental dos produtores rurais no processo.
“Foram três décadas de esforço, vigilância e conscientização. O produtor fez a parte dele: vacinou, notificou e caminhou junto com a gente. Essa conquista é coletiva”, ressaltou.
Ela também destacou o apoio dos médicos veterinários da Adepará, do Ministério da Agricultura e dos investimentos do governo estadual, que fortaleceram a estrutura de defesa sanitária no Pará.
Carne sustentável e com qualidade global
Daniel Freire, presidente do Sindicarne, ressaltou que a pecuária paraense já se destaca pela sustentabilidade e qualidade. Segundo ele, apenas 15,5% do território do estado é utilizado para a produção de animais, o que demonstra compromisso com o meio ambiente e responsabilidade social.
“Nossa carne já tem qualidade. Agora, com o novo status sanitário, ganhamos a chancela que faltava para consolidar nossa presença nos principais mercados do mundo”, afirmou.
Ele lembrou que o Estado produz cerca de 1 milhão de toneladas de carne por ano, mas consome apenas 250 mil. A abertura de novos mercados será essencial para o escoamento de cortes menos consumidos internamente, como músculo e patinho, e valorização de cortes nobres como o contrafilé no mercado europeu.
“Nós exportamos principalmente para a China, mas queremos comercializar para EUA e Europa. O objetivo é aumentar as exportações para valorizar a produção e gerar mais renda no campo”, disse.