Hemopa representa o Pará em ação nacional que amplia tratamento da hemofilia infantil
Fundação Hemopa foi um dos cinco hemocentros do País escolhidos pelo Ministério da Saúde para representar a rede pública no lançamento do novo protocolo do SUS, que beneficia crianças de zero a seis anos
A Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa) participou, nesta sexta-feira (24), da cerimônia nacional de lançamento da ampliação do uso do medicamento Emicizumabe para crianças de zero a seis anos com hemofilia A, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A ação, conduzida pelo Ministério da Saúde, foi realizada em Brasília e transmitida simultaneamente para hemocentros de Belém, Recife, Fortaleza, Curitiba e Salvador, marcando um avanço importante no tratamento da hemofilia infantil e no cuidado à primeira infância.
O Hemopa foi um dos cinco hemocentros do País escolhidos para representar a rede pública no lançamento. Em Belém, a cerimônia foi acompanhada por profissionais de saúde, gestores e famílias de pacientes atendidos pela instituição, que integra a hemorrede brasileira e realiza o acompanhamento clínico e laboratorial de crianças com doenças hematológicas.
O presidente do Hemopa, Paulo Bezerra, destacou a importância da iniciativa e o impacto direto do novo protocolo no atendimento oferecido pela fundação. “Através do Ministério da Saúde, o Hemopa foi escolhido entre mais quatro hemocentros do Brasil para o lançamento do medicamento que vai atender a hemofílicos de zero a seis anos de idade. O Emicizumabe será incorporado ao SUS e fornecido gratuitamente para pacientes que precisam fazer o uso contínuo. É uma melhoria na qualidade de vida dos pacientes que o Hemopa acompanha. Hoje, temos nove crianças cadastradas nessa faixa etária que necessitam desse medicamento, agora incorporado ao protocolo de tratamento do Ministério da Saúde”, afirmou.
O novo protocolo de tratamento, anunciado pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, substitui a terapia intravenosa tradicional por injeções subcutâneas, aplicadas até três vezes por mês. “Hoje damos mais um passo importante no cuidado às nossas crianças com hemofilia A. Com a mudança no protocolo, será possível oferecer um tratamento mais moderno, seguro e humanizado, com aplicação subcutânea semanal, evitando o sofrimento de procedimentos endovenosos frequentes. Essa medida, somada a novos investimentos em hemocentros e equipamentos, reforça o compromisso do SUS com o tratamento especializado e com a qualidade de vida das crianças e de suas famílias”, destacou o ministro.
A assessora técnica da Secretaria de Atenção Especializada à Saúde, Lena Peres, explicou que a previsão é de que o medicamento esteja disponível nas unidades da hemorrede a partir de novembro. “Ele reduz em 90% os sangramentos e substitui as aplicações intravenosas, que muitas vezes causavam dor e infecções nas crianças pequenas. A injeção subcutânea oferece um tratamento mais humano, seguro e confortável — tanto para os pacientes quanto para suas famílias”, ressaltou.
Durante o evento, a mãe Joana Brauer, que tem dois filhos com hemofilia A grave, o Lucca, de dez anos, e o Liam, de seis, compartilhou a rotina de cuidados e destacou a importância da ampliação do medicamento pelo SUS.
“Meu filho precisa ser puncionado várias vezes por semana. É doloroso — para ele e para mim. Essa medida representa dignidade e alívio para todas as mães que enfrentam essa rotina diariamente”, afirmou.
A hemofilia A é uma condição genética rara caracterizada pela deficiência do Fator VIII de coagulação, que pode causar sangramentos internos e externos, dor e sequelas articulares. O Hemopa é referência no diagnóstico, tratamento e acompanhamento de pacientes com doenças hematológicas no Pará e integra as ações nacionais do Ministério da Saúde voltadas à atenção especializada e humanizada.
