Crianças atendidas pela Santa Casa do Pará interagem com animais especiais do Clube de Goldens
Pacientes internados na enfermaria de pediatria e atendidos no ambulatório de fissurados recebem a visita de animais da raça golden retriever e suas tutoras
Uma felicidade contagiante tomou conta dos rostos das crianças e seus acompanhantes, na manhã desta quarta-feira (29), na Santa Casa, ao receberem a visita das cachorras Amora, Lolly e Sol e suas tutoras. Marli Albino, aposentada, moradora de Santa Izabel, nordeste do Pará, trouxe seu neto Antony Lauan para o atendimento no ambulatório de fissurados, relatou que amou a ação com os animais. “Meu neto gosta muito de animais, ele tem gato e cachorros de estimação em casa. E ele interage muito bem com os pets. Essa atividade aqui no ambulatório com essas três belas cachorras é muito criativa. Amamos a visita desses animais aqui”.
Os cães fazem parte do Clube de Goldens Belém. Todos são devidamente vacinados, vermifugados e possuem tratamento para controle de parasitas. Esse trabalho junto aos pacientes é realizado em vários hospitais de Belém.
Tatiana da Silva Baia, tutora da pet Lolly, agradeceu o acolhimento aos animais. “Demonstrar através da assistência do cão, que podemos ofertar empatia em momentos de nervosismo, angústias nos move nessas ações. A humanização dentro do hospital é fundamental para os pacientes, familiares, profissionais, comunidade em geral. E o grupo Goldens pela Vida preza isso, a empatia e os douradinhos entregam amor”.
Interação - Gisele Sizo, do Comitê de Humanização da Fundação Santa Casa, informa que o comitê foi procurado pela coordenação do ambulatório dos fissurados sobre a possibilidade de se fazer a terapia assistida por cães na instituição. “O comitê abraçou a causa com autorização imediata da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar. O projeto tem como principal objetivo integrar a terapia assistida por cães como uma prática complementar oficial na Santa Casa”.
“A proposta é desenvolver um protocolo seguro e eficaz, que utilize a interação com os cães de forma terapêutica para promover a melhora do estado emocional e físico dos pacientes. Com isso, buscamos reduzir níveis de ansiedade, estresse e sintomas de depressão entre os pacientes internados, contribuindo para uma recuperação mais humanizada e para o fortalecimento das ações de acolhimento dentro da instituição”, pontua Gisele Sizo.
Alessandra Souza e Silva, tutora da Amora, destaca que essa conexão com as crianças acontece após um trabalho de adestramento e socialização. “Essa conexão que é feita com crianças em hospital, é estendida a outros setores também como asilos, abrigos, eles fazem todo esse trabalho. Nós somos do grupo Goldens por Belém e dentro desse grupo nós formamos o projeto Goldens pela Vida, onde a gente faz essa visitação”.
“As instituições entram em contato com a administração e a gente faz as visitações. E essa interação é gratificante tanto para eles como para nós. Viemos para fazer uma visita a uma criança que ia fazer cirurgia de fenda palatina e ela estava muito apreensiva. Foi uma interação muito boa. Ela vestiu a fantasia na cachorra, ficou segurando e passeou lá pela enfermaria todinha mostrando a cachorrinha para todos os pacientes internados. No final ela já estava sorrindo. Foi maravilhoso”, destaca a tutora Alessandra.
Segundo Andresa Ferraz, presidente do Comitê de Humanização da Fundação Santa Casa, a visita de cães em hospitais é recomendada como intervenção complementar centrada na pessoa. “Quando bem protocolada é capaz de reduzir ansiedade e dor, melhorar humor e engajamento, e fortalecer o vínculo terapêutico. Com critérios claros de elegibilidade, equipe treinada e parceria com controle de infecção, conforme realizamos hoje, trata-se de um recurso humanizador que agrega valor ao cuidado integral”.
