Baile da Matinta celebra o imaginário amazônico e promove inclusão cultural no CIIR
Programação contou com teatro, música, exposição e desfile de fantasias inspiradas nas lendas da Amazônia
Com músicas, fantasias e personagens da floresta amazônica, o Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR) realizou, nesta sexta-feira (31), o tradicional Baile da Matinta, um evento que já se tornou parte do calendário institucional da unidade e que convida usuários, familiares e colaboradores a vivenciarem a cultura regional como expressão de saúde, pertencimento e encantamento.
A atividade propôs uma releitura amazônica do Halloween, transformando o espaço de reabilitação em um cenário povoado por lendas e seres míticos como a Matinta Pereira, o Curupira e a Iara. A programação contou com apresentações teatrais, musicais, desfile de fantasias inspiradas nas narrativas da floresta e uma exposição de artes visuais, sob curadoria do professor Eduardo Oliveira, que traduziu em cores o diálogo entre arte e território.
Um dos destaques da edição foi a homenagem ao Grupo In Bust (Teatro com Bonecos), referência nacional na difusão das lendas amazônicas por meio da obra Catalendas. A homenagem emocionou o artista Paulo Nascimento, um dos criadores do projeto, que destacou a importância de levar arte e memória regional para ambientes de cuidado.
“Trazer o Catalendas para um espaço como esse é fortalecer nossa identidade e melhorar a saúde de todo mundo. É arte feita por gente daqui, com as histórias daqui. Isso cria familiaridade, alegria e faz bem para quem vive e para quem cuida”, afirmou o artista.
Imaginário Popular - Para o professor Eduardo Oliveira, o baile reafirma o compromisso do CIIR com a valorização cultural da Amazônia. “O Baile da Matinta já está no seu sexto ano. Ele nasceu da ideia de afirmar nossa cultura diante de tantas influências externas. Cada edição trabalha o imaginário popular e o folclore como forma de expressão e construção de identidade. Este ano, a homenagem ao Catalendas foi também um gesto de gratidão a quem mantém viva a arte amazônica”, destacou.
Já a professora de teatro do CIIR, Paula Barros, reforçou a proposta do evento como parte da atenção integral à saúde. “O CIIR pensa o usuário, o colaborador e o acompanhante de forma integral. Trazer arte e cultura para dentro do espaço é pensar saúde para além da assistência: é promover reflexão, alegria e pertencimento”, explicou.
Alegria dos usuários - O público participou ativamente do baile. Para Leila Lima, mãe de Victória Miranda, de 17 anos e usuária do CIIR há um ano e meio, o momento foi de emoção e orgulho. “Foi emocionante ver a felicidade dela participando. A cada evento desses, percebo o quanto ela evolui. É um sentimento que nem sei descrever. Estou muito feliz mesmo”, disse.
Quem também se encantou com a programação foi Reriane Gama, mãe de João Lucas, de 4 anos, usuário do Centro desde 2021. “Tá tudo lindo! É uma alegria ver as crianças se divertindo, saindo da rotina do tratamento. Esse tipo de evento faz muito bem para todo mundo”, contou.
Mais do que uma festividade, o Baile da Matinta reafirma o compromisso do CIIR em integrar saúde, arte e cultura na rotina de seus usuários e profissionais.
Referência - O CIIR é referência estadual na assistência de média e alta complexidade às Pessoas com Deficiência (PcD) visual, física, auditiva e intelectual. O acesso aos serviços é realizado por meio de encaminhamento das unidades de saúde, via Central de Regulação Municipal, que direciona os pedidos à Regulação Estadual. O perfil do usuário é analisado pelo Sistema de Regulação Estadual (SER).
Serviço: O CIIR é um órgão do governo do Pará, administrado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). A unidade está localizada na Rodovia Arthur Bernardes, 1000, bairro Val-de-Cães, em Belém. Mais informações: (91) 4042-2157/ 58/ 59.
