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Seminário reúne 47 municípios paraenses para fortalecer a gestão ambiental

Secretários de Meio Ambiente, técnicos e lideranças municipais reforçam a mobilização em torno da agenda climática e da criação de novas unidades de conservação

Por Vinícius Leal (IDEFLOR-BIO)
06/11/2025 19h42

O Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará (Ideflor-Bio) iniciou, na manhã desta quinta-feira (6), o Seminário “Municípios Paraenses no Equilíbrio Climático”, reunindo representantes de 47 municípios no auditório do órgão ambiental, em Belém. Promovido por meio da Diretoria de Gestão da Biodiversidade (DGBio), o encontro prossegue até sexta-feira (7), com mesas técnicas e apresentações de experiências locais, consolidando o compromisso das gestões municipais com a conservação e o enfrentamento às mudanças climáticas.

A mesa de abertura contou com as presenças do presidente do Ideflor-Bio, Nilson Pinto; do presidente do Iterpa (Instituto de Terras do Pará), Bruno Kono; da prefeita de Concórdia do Pará, Elisangela Celestino; do secretário de Meio Ambiente de Salvaterra, Igor Barros, e do diretor de Gestão da Biodiversidade do Ideflor-Bio, Crisomar Lobato. O público, formado por secretários de Meio Ambiente, técnicos e lideranças municipais, reforçou a mobilização dos governos locais em torno da agenda climática e da criação de novas unidades de conservação.

Voltado à orientação prática de gestores municipais, o Seminário apresenta diretrizes para aplicação da Política Estadual de Unidades de Conservação (Peuc) e do Sistema Estadual de Unidades de Conservação da Natureza (Seuc). Durante os dois dias de programação serão realizadas palestras e mesas de experiências sobre requisitos legais, normativos e administrativos, para implantação e gestão de áreas protegidas, como parte essencial da estratégia climática estadual.

Nilson Pinto: em Belém se discute o futuro da humanidade

Parceria - Ao saudar os participantes, Nilson Pinto destacou a relevância das parcerias com os municípios e o compromisso do Estado em apoiar novas iniciativas de proteção ambiental. “A partir de hoje, Belém se torna o centro das atenções, pois discutiremos o futuro da humanidade a partir das medidas que tomaremos para preservar o meio ambiente. Realizamos este Seminário para avaliar nossos avanços, celebrar conquistas e planejar os próximos passos”, afirmou o presidente do Ideflor-Bio, lembrando também os 36 anos da Área de Proteção Ambiental (APA) Marajó, a primeira unidade de conservação estadual, e anunciando a preparação de um acordo com a Universidade Federal do Pará (UFPA) para desenvolver o macrozoneamento ecológico-econômico da região.

Nilson Pinto também parabenizou os gestores presentes que tiveram sucesso na criação de unidades municipais de conservação, como Concórdia do Pará e Salvaterra, apoiadas tecnicamente pelo Ideflor-Bio. Segundo ele, iniciativas como essas mostram que o avanço da agenda ambiental depende de cooperação institucional, mobilização política e compromisso local. “A criação da primeira unidade de conservação, promovida por meio desta ação, demonstra um compromisso louvável, e que muito nos orgulha”, complementou.

Bruno Kono reforçou o papel dos municípios na efetividade das políticas ambientais. Ele destacou o trabalho conjunto entre Ideflor-Bio, Iterpa e secretarias municipais de Meio Ambiente. “A gestão ambiental e fundiária não se faz isoladamente. Não há como ter efetividade em qualquer política pública se não compreendermos a realidade de cada município e suas particularidades”, afirmou.

O presidente do Iterpa lembrou ainda que a modernização da gestão estadual possibilitou a criação de novas unidades de conservação, aprovação de planos de manejo e a expansão das concessões florestais, fortalecendo a economia de baixo carbono e o mercado ambiental.

Autoridades que participam do Seminário, incluindo Bruno Kono, Nilson Pinto e Crisomar Lobato

Incentivo - A prefeita Elisangela Celestino ressaltou a importância do apoio técnico recebido para a criação do Bosque Municipal, já formalizado e regularizado em seu município. “Nós fizemos todo o processo junto à comunidade, com pesquisa de campo e orientação do Instituto. Hoje, temos nosso Bosque decretado e oficializado. Agora, pedimos que essa parceria continue na fase de gestão, porque sabemos que o desafio é buscar recursos e estruturar a administração da área”, afirmou.

A secretária de Meio Ambiente de Bujaru, Leuda Coelho, destacou a importância da criação de uma unidade de conservação em seu município, no espaço do antigo Engenho do Bom Intento, para preservar a história e a natureza da região, além de gerar renda. “O Bom Intento é parte da história de Bujaru, e a criação desse espaço, que fica próximo de áreas quilombolas, permite a geração de renda para essas famílias, além de preservar as ruínas e a natureza da região”, enfatizou.

O secretário Igor Barros também relatou o percurso de luta para oficializar a primeira unidade de conservação de Salvaterra, localizada às margens da Baía do Marajó. Segundo ele, após anos de entraves a criação, finalmente, se tornou realidade com apoio técnico do Ideflor-Bio. “Chegamos até aqui; não foi fácil. Agora, temos um grande trabalho pela frente: fazer essa área funcionar, entregar resultados para o município, para o Marajó, para a Amazônia e para o mundo”, enfatizou.

Resultados positivos - Fechando a mesa de abertura, o diretor Crisomar Lobato ressaltou que a história das unidades municipais no Pará é recente, mas avança com rapidez e resultados concretos. Ele citou como marco o processo de reavaliação de antigas áreas protegidas, e a transformação delas em unidades municipais. “Nosso objetivo é proteger áreas verdes, inclusive em zonas urbanas. Belém é um grande exemplo, com o Bosque Rodrigues Alves, preservando floresta nativa no coração de uma das maiores metrópoles da Amazônia. Queremos que outros municípios sigam esse caminho”, acrescentou.

Atualmente, o Pará possui 42 unidades de conservação municipais, das quais 19 são de Proteção Integral, somando 4.442,86 hectares, e 23 são de Uso Sustentável, com 83.577,03 hectares — mais de 88 mil hectares destinados à preservação da biodiversidade. Treze dessas unidades foram criadas com orientação técnica do Ideflor-Bio, resultado direto da parceria com os municípios.

Após as palestras do dia, os participantes visitaram o Parque Estadual do Utinga, e assistiram a uma palestra sobre a unidade de conservação, equipamentos presentes e gestão do espaço, ministrada pelo gerente da Região Administrativa de Belém, Júlio Meyer.