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Concessões florestais do Pará se destacam na COP30 como modelo de estoque de carbono

Iniciativa de mitigação climática do Governo do Pará, liderado pelo Ideflor-Bio, tem se consolidado como referência internacional em conservação

Por Vinícius Leal (IDEFLOR-BIO)
14/11/2025 08h21
Na COP 30, em Belém, Ideflor-Bio apresenta panorama dos resultados alcançados no programa de concessões florestais no Pará

As concessões florestais do Pará ganharam destaque no Pavilhão Pará, na Green Zone da COP30 com a apresentação do painel “Concessão Florestal: modalidade de gestão de florestas, carbono e mitigação das mudanças climáticas”, conduzido pelo gerente de Monitoramento Florestal, Richard Rodrigues, e pela gerente de Planejamento e Análises Florestais, Thais Novais, ambos do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará (Ideflor-Bio). 

A apresentação evidenciou como o modelo paraense de gestão florestal liderado pelo órgão ambiental do Governo do Pará, por meio da Diretoria de Gestão de Florestas Públicas de Produção (DGFLOP), que tem se consolidado como referência internacional em conservação, desenvolvimento sustentável e manutenção de estoques de carbono.

O painel trouxe um panorama dos resultados alcançados pelo programa de concessões florestais no estado. A iniciativa, considerada uma das mais estruturadas da Amazônia, alia geração de renda, manejo sustentável e preservação das florestas públicas, evitando o avanço do desmatamento ilegal e fortalecendo a bioeconomia local.

Planejamento - Richard Rodrigues destacou que o modelo de concessão florestal adotado pelo Pará permite que empresas concessionárias realizem o manejo de forma planejada, assegurando a manutenção dos estoques de carbono nas áreas sob gestão. Segundo ele, a nova legislação abre oportunidades para o desenvolvimento de projetos de carbono — como os de Redução de Emissão por Desmatamento e Degradação (REDD+) — que ajudam a valorizar economicamente a floresta em pé. “Os projetos REDD+ permitem a estocagem desse carbono em áreas de floresta, reforçando a importância da conservação aliada à produção”, afirmou.

O gerente ressaltou também o impacto social positivo das concessões, que geram empregos e oportunidades econômicas para as comunidades da Amazônia. Ao atuar junto às empresas concessionárias, populações locais se capacitam e passam a integrar cadeias produtivas sustentáveis, reforçando a economia regional e promovendo desenvolvimento com baixas emissões.

Mitigação Climática - Já Thais Novais aprofundou a análise dos mecanismos que tornam as concessões florestais instrumentos efetivos de mitigação climática. Ela explicou que, além do combate ao desmatamento, o modelo incorpora ações como manejo florestal sustentável, restauração de áreas degradadas e monitoramento contínuo. Esses elementos contribuem para que as florestas funcionem como importantes reservatórios de carbono, capturando e armazenando CO₂ atmosférico por meio da regeneração natural e do crescimento das árvores.

A engenheira florestal apresentou ainda dados do balanço de carbono nas áreas de concessão, mostrando que a retirada de árvores autorizada pelo manejo representa menos de 3% do carbono total armazenado. As aberturas necessárias para estradas e infraestrutura de manejo, segundo ela, também permanecem abaixo de 6% de impacto. “Isso demonstra que a concessão florestal é uma política pública efetiva, que beneficia tanto a natureza quanto as pessoas”, destacou.

Exemplo para o mundo - Thais enfatizou que levar o projeto à COP30 é uma oportunidade estratégica para ampliar a visibilidade do modelo paraense e fortalecer o reconhecimento de suas contribuições à agenda climática internacional. Para ela, apresentar o funcionamento das concessões com transparência e dados concretos reforça a credibilidade do trabalho realizado e evidencia o compromisso do Ideflor-Bio com a mitigação da crise climática na Amazônia.

“O painel demonstrou que as concessões florestais do Pará são hoje um dos mais sólidos instrumentos de gestão ambiental pública no Brasil, unindo governança, produção sustentável e conservação. Cada vez mais nos consolidamos como exemplo de manutenção de estoques de carbono, o modelo reafirma o papel estratégico do estado na proteção da Amazônia e no enfrentamento às mudanças climáticas”, finaliza a gerente.

Texto em colaboração com Sinval Farias (Ascom/Ideflor-Bio)