Emater e Semas reforçam como o agricultor familiar é ferramenta de sustentabilidade
Debate apresentou como funciona o meio de pagamento em troca de serviços ambientais no estado do Pará
No quinto dia da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática do Clima (COP30), em Belém, o Governo do Pará, por meio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater-Pará), participou, nesta sexta-feira (14), na Sala Miririzeiro, na Green Zone, do painel “Mecanismos de Pagamento por Serviços Ambientais como Estratégia Para Transição à Economia de Baixo Carbono”.
Entre as participantes do painel, que teve lotação máxima, estava Maria Gorete Rios, produtora rural de Novo Repartimento. Ela trabalha com lavoura e pecuária, além de plantar açaí e cacau na região. Assistida pela Emater há cerca de quatro anos, a produtora foi a primeira mulher do município beneficiada pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), na categoria Mulher.
“Eu já acessei três financiamentos por meio do apoio da assistência técnica da Emater. Desde que comecei a receber assistência e receber os pagamentos a minha vida melhorou. Agora eu sou dona do meu próprio rebanho, por exemplo. Antigamente eu precisava alugar meu pasto. Antes eu já tinha consciência ambiental e agora com o bônus, preservando o meio ambiente, melhora muito mais a nossa vida”, disse.
A engenheira ambiental Camila Salim, Coordenadora de Operações da Emater-Pará, destacou durante a contribuição no painel sobre a importância do corpo técnico dos extensionistas rurais dentro do campo.
“Esse é um projeto-piloto do Governo do Pará, em parceria da Semas com a Emater. Ele é implantado em sete municípios no sul e sudeste do Pará. Apresentamos durante a nossa participação a importância do agricultor familiar aderir a esse projeto, para que ele possa contribuir com o meio ambiente em troca de recursos financeiros, para que eles preservem ou restaurem essas áreas”, disse.
Além disso, a coordenadora de operações enfatizou a importância do extensionista rural, como principal meio de levar assistência técnica e apoio ao agricultor familiar. “Mesmo o Pará sendo um estado de dimensões continentais e localizado nos 144 municípios, nós da Emater conseguimos emitir cerca 122 mil Cadastros Ambientais da Agricultura Familiar (CAF), entre janeiro e agosto deste ano, por ater pública. Ou seja, de forma gratuita. Isso equivale a 30% da emissão nacional no mesmo período. Isso demonstra como os nossos extensionistas em campo são fundamentais para levar direitos e acesso a políticas públicas que melhoram a qualidade de vida do agricultor familiar em todo o estado do Pará”, ressaltou.
Para o gerente do Projeto Valoriza Território Sustentável (TS), Renan Batista, números como esses revelam como a assistência técnica e apoio de extensionistas em campo auxiliam nesse acesso a direitos. “Importante ressaltar que políticas públicas como essas não se constroem sozinhas e é isso que estamos mostrando aqui. Essas parcerias são muito importantes para alcançar o público na ponta”, finalizou.
