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Da semente ao SAF: Ideflor-Bio apresenta resultados do Prosaf na restauração florestal

Na COP 30, em Belém, encontro destacou resultados concretos e estratégicos do Programa de Sistemas Agroflorestais (Prosaf), junto à agricultura familiar

Por Vinícius Leal (IDEFLOR-BIO)
21/11/2025 09h35
Pesquisadora da Embrapa, Noemi Viana, e a gerente de Apoio aos Arranjos Produtivos Florestais do Ideflor-Bio, Laura Dias

O Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio) reuniu especialistas, pesquisadores e produtores rurais, na quinta-feira (20), no Pavilhão Pará, na Green Zone da COP30 (30ª Conferência Mundial sobre as Mudanças do Clima), para apresentar o painel “Da semente aos Sistemas Agroflorestais (SAF): A experiência do Prosaf na Recuperação Ambiental e Restauração Florestal no Estado do Pará”. 

O encontro foi moderado pelo gerente de Tecnologia Florestal, Cleberson Salomão e pelo gerente de Manejo Florestal, Silvicultura e Extrativismo, Estevam Coqueiro, e destacou os resultados concretos do Programa de Sistemas Agroflorestais, e seu papel estratégico na recomposição de áreas degradadas e na valorização dos agricultores familiares.

A programação reuniu quatro convidados, que representam diferentes etapas da cadeia produtiva florestal, a gerente de Produção e Apoio aos Arranjos Produtivos Florestais do Ideflor-Bio, Laura Dias; a pesquisadora da Embrapa, doutora Noemi Viana; o agricultor e produtor de mudas, Eliakim Rodrigues; e o engenheiro agrônomo da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), doutor Fernando Mendes. A pluralidade de olhares permitiu apresentar o Prosaf desde o início do ciclo - a semente florestal - à consolidação dos Sistemas Agroflorestais (SAFs) como estratégia socioeconômica e ambiental no território paraense.

Abrindo o painel, Laura Dias destacou a importância de apresentar o Prosaf no cenário da COP30. “Foi prazeroso mostrar aquilo que fazemos e construímos com os agricultores. Tivemos parceiros fundamentais: a Noemi, trazendo a importância das sementes; o Eliakim, mostrando o sucesso de quem começou com o Prosaf; e o doutor Fernando concluindo com resultados dentro de uma empresa. Isso tudo fechou um momento muito significativo para o Ideflor-Bio dentro dos sistemas agroflorestais”, afirmou.

Desafios e Oportunidades 

Na sequência, a pesquisadora Noemi Viana explicou os desafios e oportunidades relacionados às sementes florestais, etapa essencial para a formação de mudas de qualidade. Ela ressaltou que a biodiversidade amazônica é um ativo poderoso para os SAFs. “Nossa contribuição foi mostrar as possibilidades de integrar a diversidade de sementes da Amazônia aos sistemas agroflorestais. Falamos dos desafios do trabalho com sementes florestais, de suas diferentes formas e tamanhos, para que possamos produzir mudas de qualidade e garantir o êxito dos SAFs”, afirmou.

A experiência prática veio com Eliakim Rodrigues, agricultor que transformou o Prosaf em oportunidade produtiva e de recomposição ambiental. Ele contou sua trajetória desde a implantação do primeiro hectare de SAF. “Fui beneficiário direto do Prosaf. Começamos com pimenta-de-cheiro, depois vieram a banana e hoje o açaí, que é nossa principal receita. É um sistema que recompõe área degradada e é produtivo. Isso fixa o produtor no campo e torna essas iniciativas cada vez mais interessantes para todo o Estado”, explicou. Para ele, participar do painel foi “uma honra”.

Valorização da Floresta 

Encerrando as contribuições, o pesquisador Fernando Mendes, da Ceplac, reforçou o papel dos SAFs na valorização da floresta em pé e no apoio aos produtores rurais. “Nossa missão foi revelar como o caminho é feito da coleta da semente até a planta no chão. Mostramos o esforço conjunto para que o produtor esteja incluído e protegido. Abordei os sistemas agroflorestais com cacau, desde a origem da semente até o protocolo de qualidade. Nosso objetivo foi levar conhecimento, perspectiva e esperança para que tudo dê certo no final”, destacou.

O painel reforçou que o Prosaf é uma das principais ferramentas de restauração florestal do Governo do Pará, conectando pesquisa, tecnologia, extensão rural e prática agrícola. Mais que recuperar áreas degradadas, o programa cria alternativas econômicas sustentáveis, fortalece comunidades rurais e promove a transição para modelos produtivos compatíveis com a conservação da Amazônia.