Produção associada ao turismo é destaque no Pavilhão Pará Municípios na COP30
Artesanato, a produção da agricultura familiar, a gastronomia,as festividades e saberes locais são exemplos de produção associada ao turismo
O artesanato, a produção da agricultura familiar, a gastronomia, as festividades e saberes locais enriquecem e complementam a experiência do turista, além de promover o desenvolvimento das comunidades. Todas essas atividades integram a produção associada ao turismo. Entre os dias 17 e 21 de novembro, os municípios paraenses expuseram os seus produtos durante o Pavilhão Pará- Municípios na COP30.
No estande de produção associada de Santa Bárbara, os produtos apresentados foram shoyu de tucupi, mel, água mineral, chocolate feito com cacau da várzea e adubos feitos de compostos orgânicos.
"Aqui todos nossos produtos são de agricultura familiar ou cooperativas, tem a proposta mais sustentável, que alia três pilares econômico,de preservação ambiental e valorização social, e também gera renda para a comunidade", sinaliza Marcos Maia, técnico agrícola e extensionista rural.
Os produtos trazidos pelo município têm alguns diferenciais, o chocolate por exemplo tem um amargor, devido ao cacau ser de várzea. Já o mel vem das abelhas apis, abelha com ferrão, mas com a florada do mangue, o que gera mel de qualidade. Segundo Marcos, 60% da área territorial geográfica de Santa Bárbara é rural, o que contribui para o fortalecimento da agricultura familiar na região.
Outro produto apresentado foi o fertilizante, que utiliza compostos orgânicos. "Para a fabricação do fertilizante temos um processo, trabalhamos com resíduos separados. Toda feira, aquela fruta aqui não vende, aquele tomate que se altera, ele é selecionado e colocado para o galpão de processamento. A limpeza das ruas da cidade, a poda na cidade, todo esse carbono ali é triturado e ele passa pelo processo de fermentação e aí todo esse líquido é separado do sólido líquido e trabalha pela maeração, onde com 60 dias a gente tem tanto o fertilizante composto orgânico líquido quanto o sólido", explica Marcos. O processo de fabricação do fertilizante envolve 33 famílias.
Peças de cerâmica com identidade arqueológica da região de Parauapebas, que inclui os minérios na produção da tinta foram disponibilizadas no estande do município. As peças foram produzidas pela cooperativa de artesãos de Carajás,Mulheres de Barro,cooperativa com 22 cooperados, sendo 18 mulheres.
"Cerâmica existe em qualquer lugar do mundo, mas com esses grafismos, com essas cores, que são impressas a partir do minério que são extraídos lá na região, somente a nossa. São peças únicas para quem gosta de arte. Trouxemos várias peças, como vasos,porta velas", comenta a expositora Sandra Santos.
A cerâmica de Parauapebas é conhecida como Tapirapé-Aquiri, que significa o encontro de dois rios, é também o nome da floresta nacional, onde foram encontrados os achados arqueológicos, que dão origem à decoração das peças contemporâneas.
Durante os 5 dias do Pavilhão Municípios, os produtos da produção associada ao turismo podiam ser adquiridos em 23 estandes exclusivos de produção associada e em 80% dos 92 estandes participantes do evento.
Para o secretário de turismo, Eduardo Costa, a produção associada ao turismo fortalece a identidade do estado, além de gerar emprego e renda. "Entendemos que o turismo também se faz com pessoas, com histórias e com produtos que expressam o que somos. Queremos que quem visita o nosso estado leve na bagagem lembranças, sabores, saberes. Apoiar a produção associada ao turismo é desenvolver territórios, é gerar oportunidade. Hoje está terminando o Pavilhão dos Municípios, mas fica o convite para conhecer cada lugar incrível,plural e rico do Pará", conclui.
