Sedeme promove oficina de artesanato natalino com malva amazônica na UsiPaz Cabanagem
O objetivo da iniciativa é contribuir para o desenvolvimento socioeconômico sustentável, incentivando o empreendedorismo e a geração de renda, com foco na economia criativa, utilizando matéria prima regional
Vinte moradores de áreas próximas a Usina da Paz Cabanagem, em Belém, concluíram, na tarde desta quinta-feira (27), a oficina de Artesanato em Malva Amazônica – modalidade peças natalinas, promovida pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), em parceria com a Companhia Têxtil de Castanhal (CTC). O objetivo da iniciativa é contribuir para o desenvolvimento socioeconômico sustentável, incentivando o empreendedorismo e a geração de renda, com foco na economia criativa, utilizando matéria prima regional.
Com foco no período natalino, a oficina foi dedicada à produção de artigos temáticos — como guirlandas, árvores de Natal, estrelas, anjos, bolas e diversas outras peças típicas da data. A proposta foi aproveitar o momento festivo, quando a procura por decoração e presentes cresce naturalmente. Assim, os participantes aprenderam a produzir peças artesanais com matéria prima sustentável, ideais para compor ambientes natalinos ou serem utilizadas como presentes — contribuindo para a geração de renda. Ao final da oficina, cada participante recebe, um kit completo da CTC para iniciar as atividades comerciais.
Com carga horária de 32 horas, a oficina teve início na última segunda-feira (24). Ao final, foram entregue certificados de conclusão. A atividade integra o cronograma de cursos ofertados pela Sedeme no âmbito do Projeto Usina da Paz (UsiPaz), que faz parte do Programa Territórios pela Paz (TerPaz), executado pelo Governo do Pará e coordenado pela Secretaria Estratégica de Articulação da Cidadania (Seac).
O secretário de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia, Paulo Bengtson, enfatizou: “Ao estimular o aproveitamento dessa matéria prima, o Governo do Pará fortalece a economia criativa, promove o empreendedorismo e incentiva a geração de renda sustentável para as comunidades locais.”
A oficina foi ministrada pela instrutora em artesanato da CTC, Rosilene dos Santos, que destacou o potencial da malva amazônica como fator de incentivo profissional. Segundo ela, a malva é uma fibra natural com diversas possibilidades de aplicação, como na confecção de bolsas, peças artesanais, sacarias e outros. Durante as aulas, os participantes aprenderam técnicas adequadas para o manuseio da fibra, utilizando ferramentas de corte, costura, colagem, customização, bordado e outros processos criativos.
“A turma teve um excelente desempenho em todas as etapas de criação das peças artesanais. É sempre muito prazeroso compartilhar conhecimento. Na verdade, durante as aulas somamos experiências: cada participante tem uma forma peculiar de trabalhar, e isso enriquece a produção de peças com design e características únicas”, ressaltou Rosilene.
“A Usina da Paz da Cabanagem tem se consolidado como uma porta de esperança para os moradores da região”, disse a artesã Regina Amaral, 54 anos, que participa pela terceira vez de um curso de artesanato em malva amazônica. “A experiência tem sido muito gratificante”, afirmou. Artesã há 15 anos, Regina trabalha com materiais recicláveis na produção de bolsas, bijuterias e outras peças. Ela destaca que a cada curso aprende novas técnicas, ampliando suas possibilidades de criação. “Aprender diferentes formas de trabalhar esse material nos ajuda a garantir uma renda extra para a família”, explicou.
Para Regina, a malva é um material versátil e de fácil manuseio. Segundo ela, o aprendizado adquirido fortalece a autonomia das artesãs, estimula o empreendedorismo e amplia as perspectivas de geração de renda na comunidade.
Nazareno Lima Rodrigues, 52 anos, também concluiu o curso de artesanato. Ele ressalta que as artes manuais são um legado de família — uma vocação que vem de longa data, com cerca de 20 anos dedicados à fabricação de peças artesanais. Para ele, a usina surgiu como um espaço de referência, ideal para atualização, aperfeiçoamento de técnicas e contato com novas matérias-primas — especialmente aquelas produzidas de forma sustentável. Frequento a usina desde sua inauguração; já fiz curso de corte e costura e também pratico hidroginástica. É um ambiente que nos oferece não apenas capacitação, mas também cuidado com o corpo e a mente.
Mercado de Trabalho Criativo no Pará -Segundo a Fapespa, em 2022 os empregos formais da economia criativa representaram 3,4% do total de vínculos formais no estado. O setor mostrou expansão significativa: foram 33.099 vínculos em 2012, chegando a 42.931 em 2022 — um crescimento de 29,7% no período e de 23,9% em relação a 2021. O comércio de souvenires, bijuterias e artesanatos ficou em terceiro lugar, com 6,1% de participação. Comparado a 2012, todas as atividades cresceram, exceto a fabricação de móveis de madeira, que permaneceu estável.
