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TECNOLOGIA E EFICIÊNCIA

Perícia criminal do Pará celebra a importância da ciência para esclarecer crimes 

No Dia Nacional do Perito Criminal, Estado reconhece o trabalho essencialmente técnico que auxilia investigações e ajuda a identificar autoria e dinâmica dos fatos

Por Monique Leão (Pol. Científica)
04/12/2025 08h00

Mais de 67 mil exames periciais realizados somente em 2025, com destaque para análises em presos em transferência de custódia, além de casos de abuso de álcool, drogas e medicamentos, estão entre os números registrados pela Polícia Científica do Pará (PCEPA), que constatam a ampla demanda pelo trabalho do perito criminal. A profissão é celebrada no Brasil neste 4 de dezembro (quinta-feira), o Dia Nacional do Perito Criminal.

A Polícia Científica do Pará ressalta que o trabalho dos peritos é essencialmente técnico, silencioso e determinante para que culpados sejam responsabilizados e vítimas tenham assegurado seu direito à justiça.

Trabalho minucioso, a perícia é definida como 'um dos pilares mais sólidos da segurança pública moderna'

A perícia criminal atua como elo entre a investigação e a ciência. Cada vestígio encontrado em uma cena de crime, seja uma impressão digital, um fragmento de DNA, uma marca de pneu ou, em outros casos, nas análises em dispositivos eletrônicos, pode se transformar em prova quando passa pela análise destes profissionais capacitados.

Rigor científico - Segundo o diretor-geral da Polícia Científica do Pará, perito criminal Celso Mascarenhas, "a PCEPA, em seu dia a dia, trabalha com rigor científico, reconstruindo dinâmicas criminais, esclarecendo dúvidas e fornecendo elementos que auxiliam os delegados, promotores, defensores e magistrados na solução de casos".

Tecnologia e dedicação profissional resultam em dados precisos

Em um cenário em que a criminalidade se torna cada vez mais complexa, buscando maneiras mais avançadas de cometer o delito, o papel do perito ganha ainda mais relevância. É ele quem garante que os fatos sejam analisados com precisão técnica, imparcialidade e responsabilidade, preservando o respeito ao devido processo legal. Um trabalho que impacta, diretamente, na confiança da sociedade no sistema de Justiça.

"Aqui, nós atuamos desde a análise balística a exames em cenas de morte, passando por investigações digitais, ambientais e laboratoriais. A perícia é um dos pilares mais sólidos da segurança pública moderna. O Pará é uma referência por ter uma Polícia Científica, além de tecnologias extremamente avançadas. Em alguns casos, somos o único estado a ter alguns tipos de equipamentos. E isso reflete diretamente no trabalho comprometido, e de excelência que todos os peritos desenvolvem", ressalta Celso Mascarenhas.

Perícia veicular

Áreas diversas - Amplamente conhecida pelo trabalhado do Instituto de Medicina e Odontologia Legal (Imol), a Polícia Científica do Pará conta ainda com o Instituto de Criminalística (IC), que atende grande demanda de perícias. 

Diretora do Instituto de Criminalística, a perita criminal Isabela Barretto reconhece que “é comum que parte da sociedade associe a Polícia Científica apenas ao trabalho realizado pelo Instituto Médico Legal, desconhecendo a ampla gama de especialidades e exames executados pelos demais setores".

Ela informa que, "entre os inúmeros exames realizados pelo IC, destacam-se
o levantamento de local de crime contra a vida, que talvez seja a atuação mais conhecida pela população, onde a perícia analisa minuciosamente vestígios em cenas de homicídios e mortes suspeitas para reconstruir a dinâmica dos fatos".

Patrimônio - Profissionais atuam também com avaliações técnicas sobre patrimônio
"No dia a dia também realizamos perícias para autenticidade de documentos e grafoscopia, que são as análises de assinaturas, elementos de segurança e possíveis adulterações; perícia em armas de fogo, com verificação do funcionamento, capacidade lesiva e confronto balístico; perícias de danos ao patrimônio, que são avaliações técnicas sobre rompimentos, invasões ou outros eventos que afetem bens públicos ou privados; perícias ambientais; em dispositivos eletrônicos; perícias de acidentes de trânsito e perícias veiculares, que reconstroem a cena, avaliam danos e identificam adulterações; diversos tipos de exames laboratoriais, e ainda as perícias de audiovisual, que analisam tecnicamente imagens, estáticas ou em vídeo, e gravações de áudio para verificar sua autenticidade, integridade e origem”, destaca Isabela Barretto.

A diretora do IC observa, ainda, a importância do Núcleo de Engenharia Aplicada, responsável por uma área de perícia pouco conhecida. Nele são realizados estudos estruturais, reconstrução de acidentes, colapsos, quedas e análises de dinâmica mecânica, com o objetivo de produzir laudos para investigações criminais.

Números que refletem investimentos - De janeiro a 30 de novembro de 2025, a PCEPA realizou 67.273 exames periciais, com destaque para 11.192 perícias em presos em transferência de custódia, seguidas por 10.668 perícias de abuso de álcool, drogas e medicamentos. 

Foram também registradas 8.728 perícias veiculares; 5.610 necropsias; 5.376 perícias de lesão corporal em mulheres; 4.088 perícias de engenharia aplicada e crimes contra o patrimônio; 4 mil perícias balísticas; 3.208 exames sexológicos; 3 mil perícias de computação forense, audiovisual e extração de dados; 1.900 perícias em locais de crimes; 442 perícias de psiquiatra forense; 416 perícias de grafodocumentoscopia e 321 perícias ambientais. 

Para comemorar o Dia Nacional do Perito Criminal, a PCEPA preparou para os dias 4 e 5 de dezembro, uma programação com workshop e palestras, no auditório Alfredo Machado, na sede da Polícia Científica, em Belém. O evento reunirá servidores, com homenagem a peritos criminais aposentados.