Sarau Lítero-Musical da Escola Técnica Dr. Celso Malcher celebra arte e consciência amazônica
Evento reúne mais de 500 estudantes e destaca expressões artísticas voltadas à identidade regional, sustentabilidade e educação ambiental
A Escola Técnica Dr. Celso Malcher, em Belém, realizou, nesta sexta-feira (5), a quinta edição do Sarau Lítero-Musical, iniciativa dos professores de Linguagens que, este ano, reforça o tema “As vozes que ecoam”, alinhado aos debates de 2025 sobre mudança climática, educação ambiental e defesa da Amazônia. O evento reuniu mais de 500 estudantes dos cursos de logística, informática, internet, meio ambiente, energias renováveis e segurança do trabalho, envolvendo turmas dos turnos da manhã e da tarde.
Segundo a coordenadora do projeto e professora de Língua Portuguesa Roseneide Brandão, o sarau se consolidou como um espaço de expressão artística e reflexão crítica. A edição atual destaca a relação dos estudantes com a floresta, trazendo encenações, declamações de poesia, apresentações musicais e um desfile de moda sustentável, no qual os alunos mostraram peças criadas a partir de materiais reaproveitados. Entre os destaques da programação estiveram performances inspiradas em lendas amazônicas, como Irapuru e Tambatajá.
A diretora da escola, Darcilena Correia, ressaltou que o sarau fortalece o vínculo dos jovens com a identidade amazônica e integra cultura, ciência e tecnologia na formação profissional. “É da gente ter forte esse sentimento de pertença e de pensar a educação dentro dessa perspectiva da cultura, aliada à ciência e à tecnologia. Nosso compromisso diário é oferecer formação técnica e profissional, mas também valorizar a nossa história amazônida. As ‘vozes que ecoam’ também ecoam aqui dentro da escola”, afirmou.
Entre os alunos participantes, a estudante Alícia Lira, do segundo ano de Informática, declamou um poema inspirado em música do grupo Mosaico de Ravenna. Em sua apresentação, ela denunciou preconceitos e estereótipos que atingem a região Norte e reforçou a importância de valorizar a floresta e a cultura local. “O objetivo foi expressar indignação pelo menosprezo que muitas vezes enfrentamos. Espero que a apresentação ajude a promover mais respeito pela nossa região”, destacou.
A aluna Glória Miller, do primeiro ano de Informática para Internet, participou das oficinas de grafite e relatou que o projeto contribuiu para fortalecer sua trajetória artística. “Já trabalho com arte há dez anos, e o curso só ampliou minhas habilidades. Me senti mais livre para me expressar e fortalecer minha profissão”, disse.
O desfile de moda sustentável também foi um dos pontos altos do sarau. As peças foram produzidas pelos próprios estudantes em um processo intenso e colaborativo. “Foi divertido e um pouco difícil, porque tivemos que lavar e ajustar tudo antes da apresentação. Mas conseguimos entregar tudo certinho. As roupas foram feitas pelos alunos em cerca de uma a quatro semanas, incluindo peças inspiradas na cultura indígena”, explicou Kaelly Karol, do segundo ano do curso de Moda.
Texto: Carla Couto – Ascom Sectet
