Setur capacita condutores de pesca esportiva em Curuçá e São João de Pirabas
Os municípios já atuam com a pesca esportiva, torneios e fluxo de pescadores esportivos nas altas temporadas, atividades que atraem grande público
Os municípios de Curuçá e São João de Pirabas, no nordeste paraense, recebem o curso de condutor de pesca esportiva promovido pela Secretaria de Estado de Turismo (Setur), no período de 4 a 12 de dezembro. Com aulas teóricas e práticas, a capacitação busca qualificar a prestação dos serviços dos condutores, melhorando a segurança na atividade e também o atendimento e oferta do serviço ao turista.
Os municípios já atuam na pesca esportiva com a realização de torneios de pesca e fluxo de pescadores esportivos durante as altas temporadas. Os destinos têm a vantagem da proximidade com a capital e a possibilidade de pescarias o ano todo. Entre as espécies encontradas nas localidades estão Pirapema (tarpom), Camurim( robalo), pescada amarela e xaréu.
“O curso vem atender a uma necessidade já observada pela Setur que é qualificação dos condutores e profissionalização da atividade, elo importante na estruturação da pesca esportiva local. Eles já atuam na pesca esportiva mesmo que de forma insipiente, com uma infraestrutura básica pra atender a atividade, então vamos atuar nessas frentes para que os destinos se tornem ainda mais promissores e atrativos aos turistas”, comentou Último Augusto, técnico da gerência de turismo de pesca da Setur.
Em Pirabas, o curso começou dia 9 e vai até dia 12. Já em Curuçá, a capacitação foi realizada de 4 a 7 de dezembro, nas comunidades de Abade e Caratateua. O pescador Alfredo Costa, mais conhecido como Fifi Coroa, participou do curso de pesca esportiva em Curuçá, e afirmou que a capacitação foi uma virada de chave para os moradores que já atuam com a pesca e uma grande mudança no trabalho de condução como guia de pesca na comunidade.
“Eu pesco aqui há 35 anos, trabalho na mesma organização, com o mesmo plano de elaboração de um projeto para trabalhar e explorar. Mas, começamos a perceber que nas regiões pesqueiras o peixe vivo vale muito mais que o peixe abatido. Então nós queremos fazer esse trabalho e passar o conhecimento de preservação do meio ambiente e agregar, desenvolver mais, ter mais ganho de salário. O curso foi impactante, porque as pessoas começam a ter conhecimentos diferentes, começam a ver o mundo de outra visão, principalmente na parte ambiental e na parte de preservação, a parte econômica que as pessoas começam a observar, que altera muito o valor do ganho na sua vida, que essas pessoas tenham condições de trabalhar e realizar bem o seu serviço”, analisou, Alfredo Costa.
Antonilson Silva também avaliou positivamente o curso em Curuçá. “Estamos aprendendo bem, o modo de tratar o cliente, o modo de manejar as varas de pesca, o transporte, tudo isso a gente está aprendendo e está sendo bom para gente. Principalmente, para nós, que vivemos desse manejo de pesca. Aprendendo como pescar da melhor maneira, sobre as espécies; o que é para pegar, o que é para soltar e acima de tudo o respeito com o meio ambiente”, disse.
Pará principal destino de pesca esportiva
O Pará se consolidou como um dos principais destinos do turismo de pesca esportiva no Brasil devido ao volume de espécies de peixes e pela diversidade de ambientes para a prática, segundo dados da 12ª edição do Boletim de Inteligência de Mercado no Turismo (BIMT) do Ministério do Turismo. Nas regiões de pesca, o turista encontra não apenas a emoção da captura, mas também a imersão em paisagens naturais e o contato direto com comunidades ribeirinhas, que desempenham papel essencial na recepção e na preservação da atividade.
O relatório mostrou que o turismo de pesca no Pará não se restringe apenas ao lazer. A atividade impulsiona cadeias econômicas inteiras, beneficiando transportes, gastronomia, comércio e artesanato regional. A valorização da cultura ribeirinha associada à prática sustentável de “pesque e solte”, contribuiu para o fortalecimento de uma economia alinhada à conservação ambiental. O BIMT ressaltou que, em localidades onde a pesca esportiva foi estruturada, observou-se maior engajamento das comunidades locais e melhor preservação dos recursos hídricos.
A publicação aponta, ainda, que o segmento movimenta, em média, R$ 1 bilhão por ano no país e gera cerca de 200 mil empregos diretos e indiretos. A pesca esportiva responde sozinha por aproximadamente R$ 3 bilhões anuais.
