Em Santarém, Escola Antônio de Carvalho promove exposição sobre história amazônica
Projeto Arqueologia na Escola envolveu os alunos que reproduziram artefatos históricos, em oficina de cerâmica com o arqueólogo Jefferson Paiva
No ano de 2025, 74 estudantes da 2ª série do ensino médio da Escola Estadual de Ensino Médio Antônio Batista Belo de Carvalho, participaram do projeto “Arqueologia na Escola: Escavando Conhecimentos - Da terra para a lousa”, e se tornaram verdadeiros exploradores do tempo. Eles prepararam uma exposição de médio porte com as descobertas, experiências práticas e as reflexões feitas sobre a história da Amazônia.
O percurso de aprendizagem foi intenso e cheio de experiências sensoriais. Os estudantes modelaram peças com massinha e barro, e conseguiram reproduzir artefatos históricos. O trabalho foi desenvolvido na oficina de cerâmica, conduzida pelo arqueólogo Jefferson Paiva, que apresentou técnicas ancestrais e estilos únicos das civilizações amazônicas. Os alunos discutiram temas contemporâneos relacionados ao patrimônio histórico, como o dilema da Praça Rodrigues dos Santos, registrando suas ideias na plataforma digital Padlet.
O projeto promoveu, também, a integração com Arte, envolvendo os alunos do 8º Ano do Ensino Fundamental, sob a orientação da professora Erlane Santos. Nesse curso, os alunos que criaram pinturas rupestres em pedras. As peças foram incluídas na exposição, encantando as crianças que se orgulharam do trabalho exposto e apreciado pelo público, o que enriqueceu ainda mais a experiência sensorial e cultural do evento.
Além disso, houve integração com a Biologia, por meio da bioarqueologia, permitindo que os estudantes compreendessem aspectos relacionados ao corpo humano, a partir da análise de esqueletos didáticos. Essa abordagem interdisciplinar aproximou os alunos da ciência de forma prática e reflexiva, mostrando como História, Arqueologia e Biologia se conectam na investigação do passado.
da exposição, uma atividade chamou especialmente a atenção: a escavação arqueológica simulada, com um esqueleto didático de 1,65 m. A aluna Yasmin Kelen, responsável por acompanhar a escavação, comentou que ‘foi muito bom poder ter falado um pouco desta ciência e ter visto o sorriso e o brilho nos olhos das crianças ao escavar o esqueleto didático. A exposição foi muito bonita e nos deixou uma marca que sempre vamos lembrar”, disse a aluna.
A técnica de referência da Diretoria Regional de Ensino (DRE), Marluce Pinho, visitou os dois espaços da exposição e se encantou com o que viu, e pode experimentar fazer a escavação no esqueleto junto com a diretora da escola, Luciana Santos.
A exposição contou com maquetes do sítio arqueológico Serra do Saubal e Parque Estadual de Monte Alegre, réplicas de peças em massinha e barro, esqueletos didáticos, ferramentas arqueológicas, peças de cerâmica tapajoara em caixas de acetato, linha do tempo ilustrada com fotos e vídeos produzidos pelos próprios estudantes. Cada detalhe foi pensado para aproximar o público do fascinante universo da arqueologia e da memória amazônica.
Segundo a professora responsável, Eliane Azevedo, “o projeto vai além da aprendizagem: é uma oportunidade para que os alunos sintam na prática a importância da história e da preservação cultural, conectando passado e presente de forma significativa e inspiradora”.
O projeto não transformou apenas o aprendizado em sala de aula, mas despertou nos alunos o encanto pela história e pelo patrimônio cultural, estimulou a curiosidade científica, a criatividade e a colaboração entre colegas. Professores, familiares e visitantes testemunharam o orgulho e a dedicação dos estudantes, que se envolveram em cada etapa da construção da exposição, mostrando que a educação vai muito além do conteúdo e deixa um legado afetivo e cultural duradouro.
Para 2026, a professora já pensa em uma continuidade mais enxuta do projeto e está articulando com o Centro Cultural João Fona para receber, em seus espaços de exposição, todo o acervo produzido pelos alunos, ampliando o impacto do projeto para além dos muros da escola e permitindo que ainda mais pessoas conheçam e se encantem com a história amazônica.
O evento proporcionou ao público uma experiência interativa e envolvente, permitindo que visitantes de todas as idades explorassem o conhecimento arqueológico, participassem das atividades práticas e se encantassem com o legado cultural da Amazônia, que ganhou vida nas mãos de jovens curiosos e dedicados.
