Semas alinha estratégias do Plano de Recuperação da Vegetação Nativa
O encontro, realizado em Belém, contou com representantes do governo do Estado, instituições parceiras e lideranças de comunidades indígenas e quilombolas
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade (Semas) realizou, no Centro de Treinamento do órgão, em Belém, a 4ª Reunião Ordinária da Câmara Técnica do Plano de Recuperação da Vegetação Nativa do Pará (PRVN). O encontro reuniu representantes do governo do Estado, instituições parceiras e lideranças de comunidades tradicionais para avaliar avanços, alinhar estratégias e definir os próximos passos da política estadual de restauração florestal.
Na reunião foi apresentado um panorama das ações desenvolvidas pelo PRVN em 2025. Um dos destaques foi a demonstração da Plataforma de Monitoramento do Plano, com detalhamento de sua estrutura, funcionalidades e o status de implementação das ações, reforçando a transparência e o acompanhamento contínuo das metas de recuperação da vegetação nativa no Pará.
Também foi apresentada a base legal do iminente Programa PRVN, etapa fundamental para consolidar o Plano como política pública estruturante, além da discussão sobre a estratégia da Aceleradora de Negócios de Restauração do Pará, iniciativa voltada a impulsionar empreendimentos sustentáveis ligados à cadeia da restauração florestal. Os participantes acompanharam ainda uma prévia do levantamento que subsidiará o Planejamento Espacial do PRVN, ferramenta estratégica para orientar a priorização de áreas e ações no território paraense.
Política viva - Para o coordenador de Projetos da Cadeia da Restauração da Semas, Cleyton Amin, a reunião reafirma o caráter colaborativo do Plano. “A Câmara Técnica é um espaço essencial de construção conjunta. Aqui conseguimos alinhar o poder público, os parceiros e as comunidades tradicionais em torno de soluções concretas para a recuperação da vegetação nativa, transformando o PRVN em uma política viva, com governança, monitoramento e impacto real no território”, destacou.
A importância da participação das comunidades tradicionais no processo foi reforçada pelas lideranças presentes. A presidente dos articuladores da Federação dos Povos Indígenas do Pará (Fepipa), Concita Sompré, ressaltou que a presença indígena na Câmara Técnica garante que o Plano dialogue com os saberes e as realidades dos territórios. “Estamos nessa coconstrução desde o início do plano de recuperação da vegetação nativa. A nossa participação, como organização civil e como mulher indígena, é fundamental para pensar estratégias que ajudem a reverter áreas degradadas e proteger a floresta, em diálogo com o governo e com os parceiros”, disse Concita Sompré.
Ela também destacou que os povos indígenas têm papel histórico na proteção da floresta, mas enfrentam limitações técnicas e financeiras para recuperar áreas já degradadas. “Estar dentro dessa Câmara é fundamental para ajudar e aliar nesse processo de reflorestamento e recuperação. Já temos resultados concretos, como a recuperação de áreas em terra indígena dos Tembé, fruto dessa participação”, completou.
Participação quilombola - Representando as comunidades quilombolas, o coordenador executivo de articulação da Malungo (Coordenação Estadual das Associações das Comunidades Remanescentes de Quilombos do Pará), Hilário Moraes, enfatizou a relevância do diálogo contínuo entre Estado e sociedade civil. “A gente já participa desse debate há mais de dois anos, e entende que unificar o governo, os conhecimentos tradicionais, as comunidades indígenas, quilombolas e os parceiros é o caminho para proteger a floresta e recuperar áreas degradadas, garantindo um bioma mais saudável para as futuras gerações”, destacou.
Ao final da reunião, foram definidos os encaminhamentos e os próximos passos estratégicos do PRVN, reforçando o compromisso do Governo do Pará com uma agenda de restauração florestal baseada em ciência, participação social e valorização dos saberes tradicionais.
