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Seirdh promove palestra sobre o tráfico de escravizados para Belém colonial

Por Elck Oliveira (SEIRDH)
12/12/2023 14h26

A Secretaria de Estado de Igualdade Racial e Direitos Humanos (Seirdh) promoveu nesta terça-feira (12), no Centro de Formação dos Profissionais da Atenção Básica do Estado do Pará (Cefor), em Belém, uma palestra formativa direcionada aos servidores da Secretaria e também público em geral, sobre o tráfico de escravizados para capital paraense durante o período colonial. A palestra será apresentada pela professora Marley Silva, mestre e doutora em História pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e pós-doutoranda em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).  

O objetivo da formação, segundo o titular da Seirdh, Jarbas Vasconcelos, é dar início a um processo que deverá culminar com a implantação de um memorial para marcar os locais que ocorreram o desembarque maciço de pessoas escravizadas oriundas da África para Belém. "Vamos apresentar, já nos próximos dias, ao Governo do Estado, um projeto de construção de um memorial que vai ser vincado no trabalho de professores e pesquisadores, em referência a esses locais. Sabemos que, naquele período, Belém era uma cidade majoritariamente habitada por pessoas pretas, mas não sabemos quais são os locais onde ocorreram as violações aos direitos humanos dessas pessoas. Este é um trabalho estratégico da nossa secretaria", frisou. 

Intitulada "Vem de Angola, vem da Guiné - Tráfico de Escravizados para Belém (1777-1841)", a palestra da professora Dra. Marley Silva abordou aspectos da tese dela de doutorado, defendida no ano de 2020, na qual ela discutiu o tráfico de escravizados para Belém, em meados dos séculos XVIII e XIX. A historiadora falou sobre as regiões africanas das quais mais vinham escravizados para a capital paraense, especificamente de países como Angola e Guiné; a descida deles das embarcações em uma área extensa da orla de Belém, principalmente na região do Ver-o-Peso, além da presença maciça da população africana na cidade de Belém colonial. 

"A ação é para se criar uma memória histórica onde as pessoas negras estejam incluídas. Há muito silêncio sobre a história negra, em especial no período colonial. E a nossa obrigação, enquanto intelectuais, é fazer uma história pública, uma história a que todos possam ter acesso. E para uma Secretaria de Igualdade Racial, isso é fundamental, pois há muitas assimetrias raciais no nosso Estado".

Ainda de acordo com a historiadora, o evento é importante pois, "colaborar para processos educativos com os mais diversos sujeitos, possibilita a reflexão, a sensibilização, para que as pessoas que estão envolvidas possam fazer, cada vez mais, políticas equitativas".