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Seduc destaca a importância do Sistema Braille no processo educacional dos alunos com deficiência visual

Nesta quinta-feira, 8 de abril, comemora-se o Dia Nacional do Sistema Braille

Por Lilian Guedes SEDUC (SEDUC)
08/04/2021 11h50

Nesta quinta-feira, 8 de abril, é celebrado o Dia Nacional do Sistema Braille. A data faz alusão ao nascimento de José Álvares de Azevedo (1894), primeiro professor cego do Brasil, que trouxe da França, ensinou e divulgou essa importante ferramenta pedagógica que auxilia na leitura e escrita das pessoas cegas ou com algum tipo de deficiência visual.

A data comemorativa foi instituída no Brasil em 2010, e busca promover entre a sociedade uma reflexão acerca dos desafios enfrentados pelos cegos, bem como ressaltar a importância de se continuar a produzir obras em relevo, com o intuito de proporcionar aos que possuem essa deficiência visual as mesmas oportunidades de aprendizagem e leitura. 

Neste sentido, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), por meio da Coordenadoria de Educação Especial (Coees), tem assegurado o processo de ensino-aprendizagem desses estudantes, além de promover iniciativas que ampliam e favorecem o desenvolvimento intelectual, profissional e social das pessoas cegas ou com pouca visão.

A Unidade Educacional Especializada (UEES) - José Álvares de Azevedo, no bairro de Batista Campos, em Belém, é referência no atendimento aos alunos com deficiência visual. No local, cerca de 300 estudantes contam com espaços adaptados, sinalizados, além de diversos materiais pedagógicos adequados, que possibilitam a aprendizagem de maneira lúdica e interativa desse público-alvo.

O espaço disponibiliza orientação técnico-pedagógica aos educadores, com o intuito de auxiliá-los na elaboração dos planos de atendimentos adequados a cada aluno com cegueira, baixa visão e associados, além do acolhimento aos familiares, o que contribui para a inclusão dos estudantes.

A UEES José Álvares de Azevedo também oferece atendimento educacional especializado por meio das complementações curriculares específicas, necessárias à educação, no que se refere às vivências de Orientação e Mobilidade (OM), Atividades da Vida Autônoma e Social (Avas), Soroban – instrumento usado no ensino de matemática, também conhecido como ábaco japonês - além da comunicação em Braille.

Felipe Linhares, coordenador da CoeesDe acordo com o coordenador da Coees, Felipe Linhares, a Seduc tem garantido o aprendizado necessário dos estudantes cegos e com deficiência visual, por meio de várias iniciativas pedagógicas. Com a suspensão das aulas presenciais, em decorrência da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), a entrega dos cadernos de atividades e demais materiais pedagógicos, precisaram ser adaptados para que todos os protocolos de biossegurança fossem respeitados, sem causar prejuízo para esses alunos que dependem desse conteúdo especializado.

“Atualmente, temos duas UEES na rede estadual que realizam a produção e a transcrição dos materiais para o Sistema Braille. Uma fica situada em Belém [José Álvares de Azevedo] e outra em Santarém [Dr. José Tadeu Duarte Bastos]. Nesses locais, há a atuação de profissionais cegos e também de outros especialistas, que utilizam e instruem a correta utilização do Sistema Braille, durante o processo de ensino-aprendizagem das pessoas com deficiência visual”, detalhou.

O coordenador ainda disse que, nessas UEES, “há máquinas impressoras específicas disponíveis para que o material pedagógico dos professores e dos alunos cegos possa ser impresso para o Sistema Braille. Dessa forma, estamos garantindo não apenas a acessibilidade ao conteúdo para o conhecimento, mas também em respeito a esses alunos que dependem dessa ferramenta de aprendizagem para ter acesso à informação. Portanto, celebrar este dia é de grande importância e, que mais estudantes com deficiência visual possam ter acesso ao Sistema Braille”, finalizou Felipe Linhares.

SISTEMA BRAILLE

Criado por Loius Braille, em 1824, na França, o Sistema Braille é um código universal que permite às pessoas cegas se beneficiar da escrita e da leitura, dando-lhes pleno acesso ao conhecimento, além de favorecer a sua inclusão dessas pessoas na sociedade e o amplo exercício da cidadania. Sua versão mais conhecida é datada de 1837, e se consagrou como uma ferramenta que abriu as portas do conhecimento e da cultura para as pessoas com deficiência visual, em quase 200 anos da sua idealização.

Além disso, esse mecanismo de aprendizagem é um sistema de pontos em relevo de suma importância para a alfabetização das pessoas com deficiência visual, e que permite o acesso a comunicação escrita, a educação, o trabalho, a vida social e a cultura. Sua celebração busca inspirar reflexões sobre ações que ampliem e favoreçam o desenvolvimento intelectual, profissional e social das pessoas cegas ou com pouca visão.

Texto: Vinícius Leal (Ascom/Seduc).