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BANCO DE SANGUE

Hemopa evidencia importância da captação hospitalar no aumento doação de sangue

Por Vera Rojas (HEMOPA)
10/04/2021 13h23

Responsável pela Política Estadual do Sangue, a Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa), por meio da Gerência de Captação de Doadores (Gecad), vem intensificando ações de incentivo à doação voluntária de sangue para manter estoque técnico regular com o intuito de assegurar atendimento transfusional satisfatório da rede hospitalar pública a privada, especialmente, diante dos desafios diários impostos o enfrentamento da Covid-19, que vem impactando na redução de até 40% no comparecimento do voluntariado na hemorrede estadual.

Entre as estratégias mantidas e intensificadas estão o agendamento de doação de sangue pelo 08002808118 e a Caravana Solidária, que garante transporte de pequenos grupos de doadores aos serviços de coleta de sangue. Outra opção de captação que será fortalecida está a maior atuação do corpo clínico da rede hospitalar junto aos familiares e amigos de pacientes internados, o que deve contribuir para a melhoria do atendimento transfusional.

De acordo com a titular da Gecad, a assistente social Juciara Farias, a Fundação Hemopa depende fundamentalmente da constituição de parcerias dentro de sua rotina de captação. “Um dos segmentos muito importante é adesão da rede hospitalar, porque é pra lá que o sangue é disponibilizado. O apoio do corpo clinico, de uma maneira em geral, é fundamental para fomentar a promoção da coleta de sangue entre  familiares de paciente e a sociedade como um todo. Isso é um apelo de vida”.

E quando se fala de vida, o tempo não para. O agricultor Earley José Lima, 46, sente na pele a importância de transfusão de sangue para manter sua qualidade de vida. Desde 2001, ele trata da doença Hemoglobinúria Paroxística Noturna (HPN), na Fundação Hemopa, em Belém. Ela é uma patologia ultra rara  (cerca de 1 caso a cada milhão de pessoas) e exige transfusão de sangue por toda a vida. “É muito difícil. Sangue não é medicamento. É vida. Quando uma pessoa doa sangue, ela salva várias vidas, entre elas, a minha também”, ressaltou o usuário que reside no município de Bonito, distante mais de 3 horas de carro da capital paraense.

De acordo com o médico hematologista do Hemopa, Marcos Laércio Pontes Reis, a HPN caracteriza-se por uma sensibilidade excessiva a uma parte da defesa natural do organismo, chamada complemento. “Esta sensibilidade exagerada e patológica é observada especialmente nas hemácias no sangue, leva à destruição descontrolada destes elementos que é um fenômeno chamado de hemólise, que causa anemia variável, por vezes grave, com necessidade de múltiplas transfusões”.

Assim como Earley José, a necessidade transfusional também é constantemente necessária em pacientes com doenças crônicas hematológicas, oncológicos, vítimas de traumas atendidas em setores de urgência/emergência, queimaduras, entre outros.

Para Juciara Farias, a prática do projeto de Captação Hospitalar faz toda  diferença para o tratamento daqueles pacientes que dependem de uma bolsa de sangue para melhoria de sua saúde. “Esse apelo é para todo corpo clínico da rede hospitalar para que o Hemopa possa cumprir sua missão de disponibilizar sangue em quantidade e qualidade para atendimento demandas de todos os hospitais”, destacou a assistente social.

Humanização para incentivar a doação de sangue- As ações de humanização para incentivo deste ato solidário pode ser exercitado também por meio de realização de campanhas internas nas unidades de coleta do Hemopa em Belém e no interior do Estado. De acordo com dados da Gecad, no primeiro trimestre de ano, foram realizadas 16 campanhas em parceria com unidades hospitalares. A mais recente, aconteceu no dia 7, em parceria com o Hospital Ophir Loyola, por meio da Caravana Solidária.

Integração da rede hospitalar

A enfermeira e coordenadora da Agência Transfusional do hospital, Leonice Carvalho, explica que sem pandemia o estoque ainda sofre dificuldades, agora com a Covid-19 o cenário pede mais atenção. “Motivar os servidores para a doação de sangue é imprescindível para ajudar a atender a demanda, principalmente, pelo perfil do hospital, pois os nossos pacientes são os que mais fazem transfusão, tanto de hemácias como de plaquetas”, afirma.

O incentivo à doação de sangue é uma constante no Hospital Jean Bitar (HJB), em Belém, que desenvolve ações de educação em saúde, por meio do Grupo de Trabalho de Humanização (GTH), junto aos usuários, acompanhantes e colaboradores, com a promoção de palestras, distribuição material educativo.

Com Agência Transfusional (AT) própria, abastecida pelo Hemopa, a unidade hospitalar efetivou o atendimento 135 solicitações transfusionais de janeiro a março deste ano, para usuários internados em tratamento.

De acordo com a responsável Técnica da AT, a biomédica Aline Pardauil, a pandemia tem causado um grande impacto também no abastecimento dos estoques de hemocomponentes. No entanto, o consumo de sangue é diário e contínuo.  “Por esse motivo, é de extrema importância a reorganização do processo de doação de sangue, a sensibilização dos familiares de pacientes internados, campanhas nas redes sociais e, principalmente, o trabalho com o uso racional de sangue, a fim de garantir  a vida e a segurança hemoterápica a quem precisa. Se faz necessário trabalhar com a captação e sensibilização de doadores diariamente, além de reforçar a importância em doar sangue, antes da administração da vacina”.

A realidade não é diferente no Hospital Regional Público do Marajó (HRPM), em Breves, que também possui Agência Transfusional (AT), que nos três primeiros meses do ano, garantiu cerca de 190 transfusões de sangue entre usuários da unidade hospitalar, do Hospital Municipal de Breves e UPA24h; além de hospitais em Portel, Curralinho, Bagre, Melgaço e Anajás. A AT do HRPM é abastecida pelo Hemopa.

Da mesma forma das demais unidades da rede hospitalar pública estadual, a gestão do HRPM investe em ações de sensibilização que envolve todos os públicos da unidade hospitalar, por meio de repasse de informações, distribuição de material educativo sobre o tema, que evidencia a necessidade de doar sangue na unidade de coleta mais próxima do cidadão.

“É de suma importância manter os estoques abastecidos para atender todos os pacientes que necessitam de reposição de sangue, por quaisquer tipos de patologias. E ainda é um ato de humanidade, tendo em vista que o sangue transfundido é o insumo mais caro que encontramos na saúde, porque dinheiro algum compra, apenas o doador voluntário pode fornecer para salvar vidas dos que mais precisam de sangue, e devolver esses pacientes aos seus familiares. Portanto, cada doador é parte essencial da alta de nossos pacientes”. A declaração é da responsável Técnica pela AT do regional do Marajó, a biomédica, Alene de Oliveira Quadros.

Critérios básicos para a doação de sangue:

 O cidadão que deseja fazer a doação de sangue precisar seguir os critérios básicos:

• Ter entre 16 e 69 anos (menores de idade devem estar acompanhados do responsável legal);

• Pesar mais de 50 kg

• Estar em boas condições de saúde.

No momento do cadastro, é obrigatório apresentar um documento de identificação oficial, original e com foto (RG, CNH, passaporte ou carteira de trabalho).

Quem teve Covid-19 também pode voltar a doar sangue, só precisa esperar 30 dias após a cura. Quem teve contato com pessoas que tiveram a doença deve esperar 14 dias após o último contato.

Para quem recebeu a vacina Coronavac/Butantã, são 48 horas de inaptidão para doação de sangue, após cada dose. Já a vacina AstraZeneca/Fiocruz, são 7 dias após cada dose. Se o candidato à doação de sangue não souber qual imunização fez, só poderá voltar a doar sangue, após 7 dias.

Mais informações: 08002808118.