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Cadeia produtiva do açaí é tema de debates no Pará e em Brasília

Por Redação - Agência PA (SECOM)
27/01/2017 00h00

Representantes do Governo do Estado e do setor produtivo do Pará se reuniram nesta sexta-feira, 27, com o objetivo de discutir ações para o desenvolvimento e fortalecimento da cadeia produtiva do açaí. O encontro foi promovido pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Profissional e Tecnológica (Sectet), a partir das metas estabelecidas no Programa Pará 2030, planejamento estratégico para o desenvolvimento econômico e social do estado que tem como base a sustentabilidade.

Estiveram presentes na reunião representantes do Sebrae, do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (Ideflor-bio), da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), da Universidade Federal do Pará (UFPA), das secretarias estaduais de Educação, de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia, dentre outros órgãos, que expuseram as atividades desenvolvidas e as demandas do setor em debate.

“Queremos atualizar os atores que desenvolvem atividades na cadeia do açaí no Pará sobre as ações desenvolvidas por cada órgão e, com isso, promover as sinergias tão necessárias ao fortalecimento deste segmento, tudo de forma coordenada e colaborativa”, explicou a secretária adjunta da Sectet, Maria Enriquez.

Um dos destaques da reunião foi a apresentação do pesquisador Hervé Rogez, que coordena o Centro de Valorização Agroalimentar de Compostos Bioativos da Amazônia (CVACBA), localizado no Parque de Ciência e Tecnologia Guamá (PCT Guamá). O Centro oferece serviços que possibilitam o controle de qualidade em produtos de origem vegetal nas áreas de alimentos, farmacêutica, química, cosmetologia e outras. Também desenvolve conhecimento tecnológico no setor de ingredientes nutricionais e bioativos.

“Atualmente estamos trabalhando para atualizar o Padrão de Qualidade do Açaí, com o objetivo de comprovar a origem do fruto e diagnosticar rapidamente a presença de bactérias e de parasitas, como o Trypanosoma cruzi, responsável pela Doença de Chagas. São mecanismos e tecnologias que precisam de apoio governamental para chegar ao campo e, assim, gerar produtos mais confiáveis ao consumidor”, afirmou o pesquisador Hervé Rogez.

Dentre os outros assuntos discutidos, destacam-se o da disponibilização de linhas de crédito para produtores locais e o desenvolvimento de estratégias de difusão de informações junto sobre práticas sustentáveis no manejo do fruto. Para trabalhar essas questões, outra reunião será realizada em fevereiro, com a presença de outras instituições, como a Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), a Secretaria de Comunicação (Secom) e o Banco do Estado do Pará (Banpará). A intenção é que o encontro seja feito dentro do PCT Guamá, para que os parceiros possam conhecer o espaço e seus serviços.  

Brasília - Produto com grande potencial de comercialização externa e interna, o açaí paraense também foi tema de encontro em Brasília na última semana, durante encontro na Secretaria de Mobilidade Social, do Produtor Rural e do Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

O Mapa quer apoiar os produtores da fruta com assistência técnica rural, mudas e sementes e implementação de boas práticas agropecuárias, entre outras ações. Segundo o secretário interino de Mobilidade Social, Pedro Neto, a ideia é estimular os produtores da região a se unirem em associações e viabilizar a produção e comercialização. De acordo com levantamento apresentado na reunião, as principais dificuldades dos produtores de açaí são a carência de assistência técnica, a falta de crédito rural, a contaminação do produto pelo barbeiro (Doença de Chagas) nos açaizeiros, a sazonalidade da produção e o baixo grau de associativismo (cooperativas).

Hoje, segundo o MAPA, 12.804 produtores dependem do cultivo do açaizeiro no Pará. Em 2014, foram vendidas 795 mil toneladas da fruta. Em 2015, a comercialização aumentou 73%. A atividade movimenta mais de R$ 3 bilhões ao ano. Os maiores importadores do produto brasileiro são os Estados Unidos e o Japão. Em 2015, foram embarcadas 8 mil toneladas de açaí para esses mercados, com receita de R$ 93 milhões.

Em duas semanas, deverá haver novo encontro do Mapa com os demais parceiros que vão cooperar no projeto e os integrantes da cadeia do açaí paraense para analisar as vulnerabilidades e o plano de ação destinado a reduzir os problemas enfrentados pelo setor.

(com informações de Pascoal Gemaque)