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Governo do Estado incentiva a saúde com a redução de consumo de ultraprocessados

Por Dayane Baía (ARCON)
11/11/2022 14h03

Em 2019, 57 mil mortes prematuras no Brasil foram relacionadas ao consumo de alimentos ultraprocessados. É o que revela a pesquisa divulgada pelo Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo, Faculdades de Saúde Pública e Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade de Santiago (Chile). O estudo considerou o orçamento familiar de 2017 e 2018 e analisou 541.160 óbitos ocorridos na faixa etária de 30 a 69 anos.

Para ajudar a reverter esse quadro, o Governo do Pará incentiva a adoção de hábitos saudáveis e alimentação balanceada.  De acordo com a técnica-nutricionista da Coordenação Estadual de Nutrição da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), Thaís Granado Santos, além de morte prematura, os efeitos da alimentação industrializada desencadeia outras doenças.

“Os alimentos ultraprocessados são formulações industriais, que passaram por várias transformações e feitas tipicamente com cinco ou mais ingredientes, incluindo açúcar, óleos, gorduras, sódio, estabilizantes e conservantes, possuem pouca quantidade de água e fibras. São caracterizados por serem alimentos pobres nutricionalmente com sabor realçado e maior prazo de validade. O consumo de alimentos ultraprocessados promove um desequilíbrio nutricional, contribuindo para o aumento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) como obesidade, diabetes melitos (DM), hipertensão arterial sistêmica (HAS), doenças cardiovasculares e câncer”, explica.

Para estimular tanto a produção quanto o consumo de alimentos naturais, o Governo do Estado estimula a realização de eventos para escoar a produção da agricultura familiar. Os hortifrutigranjeiros também são utilizados no reforço da merenda escolar e no gerenciamento do Restaurante Prato Popular e acompanhamento e execução do sistema de segurança alimentar.

A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater) promove feiras itinerantes, além de assessorar a produção. O projeto incentiva o empreendedorismo em várias cadeias, inclusive da alimentação.     

Margarida Sousa, artesã Sousa é artesã e integra o Movimento Afrodescendente do Pará (Mocambo). “Trabalhamos desde a questão do empreededorismo, educação quilombola, assistência social e de saúde. Temos comunidades quilombolas que trabalham somente com agricultura. Eu trabalho com bonecas negras que são representativas. Além disso, temos um quintal produtivo com cultivo de banana, ervas medicinais e criação de galinha caipira. É muito importante para a nossa própria alimentação, com produtos saudáveis, sem agrotóxicos, para nós e para quem repassamos quando vendemos ou doamos”, destaca. 

Luciana Moreira, coordenadora da Feira da Emater, diz que o objetivo é levar a produção dos agricultores familiares diretamente para o consumidor. “A Feira acontece em órgãos públicos e entidades parceiras. Temos aproximadamente 100 famílias beneficiadas na região metropolitana de Belém. Os produtores expõem hortifrutigranjeiros, artesanato, processados e gastronomia. Todas as famílias são assistidas pela Emater”, detalha a coordenadora. 

O presidente da instituição, Rosival Possidônio, enfatiza que a Emater-PA não se preocupa apenas com a produção, mas em fortalecer toda a cadeia produtiva. “Vai desde a forma de organizar essa produção e até chegar na comercialização, que muitas vezes é um gargalo para o produtor. Incentivamos as feiras para comercializar por melhores preços, com a qualidade para o consumidor, tirando o atravessador dessa linha”, pontua o presidente.

Lianete do Rosário Carvalho, artesãLianete do Rosário Carvalho, artesã e produz bombons de chocolate, no Grupo Sabor Marajoara da Ilha de Mosqueiro. “O processo é feito através do nibs, a semente do cacau que é seca, torrada e pilada, sem a presença de maquinários. Cada integrante tem pés de cacau no quintal para colher os frutos. Não usamos formas, é tudo banhado com o chocolate. Para nós é muito importante porque é um produto saudável vindo do nosso próprio quintal, até mesmo o bacuri, a castanha, o cupuaçu que servem como recheios”, pontua.