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'NOVEMBRO AZUL'

Hospital Oncológico Infantil alerta profissionais sobre cuidados com a saúde do homem

Palestras são promovidas para alertar os funcionários sobre cânceres de próstata e de pênis

Por Leila Cruz (HOL)
16/11/2022 18h36

Durante este mês, em alusão à Campanha “Novembro Azul”, dedicada à promoção da saúde masculina, o Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo (Hoiol), em Belém, realiza um ciclo de palestras para alertar os funcionários sobre cânceres de próstata e de pênis, neoplasias malignas que afetam a saúde física, mental e sexual. A ação é promovida pela equipe Medicina do Trabalho, a fim de orientar sobre a prevenção e o diagnóstico precoce da doença.

O de próstata é o câncer mais comum entre os brasileiros (atrás apenas do câncer de pele não melanoma), conforme estatísticas do Instituto Nacional do Câncer (Inca). A cada ano, são estimados 65 mil novos casos da doença no país, enquanto no Pará são esperados 930 casos novos até o final deste ano, com uma taxa bruta ajustada de 21,23 casos a cada 100 mil habitantes.

Apesar de atuar na área de saúde, o psicólogo Henrique Abreu, 27 anos, admite que não passa por consultas médicas com frequência. “Acredito que tive uma consulta no início do ano passado. Desde então, não voltei a fazer exames. São muitas demandas de trabalho e outros afazeres. Entretanto, tento manter uma alimentação saudável e uma rotina de exercícios físicos, pelo menos três vezes durante a semana. Essa roda de conversa é muito importante para esclarecer questões e romper com tabus”, disse Henrique.O ciclo de palestras é promovido pela equipe de Medicina do Trabalho

A próstata é uma pequena glândula situada logo abaixo da bexiga e à frente do reto, que contribuiu com a produção do sêmen liberado no ato sexual. Segundo o médico do trabalho do Hospital, Márcio Maués, o câncer nessa região geralmente acomete homens a partir dos 50 anos. Ele explicou que a maioria dos tumores cresce de forma lenta, um centímetro a cada 15 anos, sem ameaças à saúde.

Sinais - “Os homens precisam ficar atentos a alguns sinais de alerta, como a necessidade de levantar com frequência à noite para urinar, fluxo urinário fraco ou interrompido, sensação de não esvaziamento da bexiga, sangue na urina ou no sêmen, disfunção erétil e dor no quadril, costas, coxas, ombros ou outras regiões (se a doença estiver disseminada), fraqueza ou dormência nas pernas ou pés, entre outras anormalidades, devem ser avaliadas por um urologista”, explicou.

O médico admitiu que não vai a consultas periódicas com o urologista, profissional especializado na saúde dos órgãos reprodutores do homem. “Mas sei o quanto é importante ter um acompanhamento médico regular e realizar exames para detectar doenças em estágios iniciais. O pai de um amigo teve câncer de próstata, por isso tenho conhecimento sobre a doença. Contudo, faz três anos que não passo por uma consulta com um especialista”, acrescentou.

Para quem tem histórico na família, a recomendação é fazer o monitoramento a partir dos 40 anos com um clínico geral, que pode solicitar a dosagem do hormônio PSA (Antígeno Prostático Específico) e outros tipos de exames. Nos demais casos, os exames de rastreamento, incluindo a ultrassonografia da próstata e toque retal, devem ser feitos a partir dos 50 anos. “Ainda existe tabu. Contudo, os profissionais de saúde devem esclarecer que o método é seguro, e deve ser realizado quando houver a necessidade de exame físico para fechar melhor o diagnóstico”, esclareceu.

Outra ameaça - Considerado raro, outro câncer que acomete os homens é o de pênis. Esse tipo de tumor representa 2% de todos os tipos da doença que acometem o sexo masculino. A doença surge no órgão ou apenas na pele que o recobre, gerando alterações na cor e textura, e o surgimento de nódulos que demoram muito tempo a desaparecer. A maior incidência é a partir dos 50 anos, mas pode acometer os mais jovens. Dentre as regiões brasileiras, o Norte e o Nordeste registram a maior incidência.

Médico Márcio Maués alerta para os cuidados preventivos“O câncer de pênis está associado à fimose, a não remoção do prepúcio (pele que reveste a glande), à falta de higiene do órgão e à contaminação pelo vírus HPV (papiloma vírus humano). Para os homens é mais fácil identificar qualquer mudança no órgão sexual. Conseguimos visualizar a extremidade do pênis, quando nos higienizamos no banho ou durante a micção. É preciso atentar para qualquer ferimento, secreção, surgimento de verrugas, manchas e sinais que não existiam para buscar orientação médica e receber o diagnóstico e tratamento adequados”, alertou Márcio Maués.

Ele destacou ainda a resistência de muitos homens em buscar atendimento médico, por isso a necessidade de promover educação em saúde para convencer o público masculino sobre a importância do autocuidado. “Estamos alertando sobre a necessidade de consultas regulares, assim como a importância da manutenção de hábitos saudáveis e de se evitar os fatores de risco, como a obesidade, o sedentarismo, o tabagismo, o alcoolismo. Se evitados, ajudam a melhorar e a proteger a saúde”, afirmou.

Texto: Leila Cruz - Ascom/Hoiol