Santa Casa do Pará fortalece ações em prol do meio ambiente

Com mais de 100 árvores em suas áreas interna e externa, a Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, em Belém, tem transformado a preservação ambiental em uma aliada da saúde pública. As árvores centenárias integram a história da instituição e garantem um microclima mais ameno em meio ao calor da capital paraense. A iniciativa reforça o compromisso da maior maternidade do Brasil com a sustentabilidade e a conscientização ecológica.

Segundo Walda Valente, diretora de Planejamento, Orçamento e Gestão da Fundação, a manutenção da arborização é uma prioridade.

“Hoje são mantidas dezenas de árvores que enfeitam com os verdes da natureza a nossa querida Santinha (referência carinhosa à Santa Casa). Manter arborizado nosso hospital é uma demonstração de amor pelas árvores e respeito pela natureza, que além de nos inspirar com suas paisagens, nos remete a um compromisso com o meio ambiente”, afirma a gestora.

Localizada no bairro do Umarizal, a Santa Casa abriga 43 árvores em sua área externa, no quadrilátero que compreende as ruas Oliveira Belo, Generalíssimo Deodoro, Bernal do Couto e 14 de Março. Entre elas, mangueiras plantadas ainda no fim do século XIX. Na área interna, outras 73 árvores e centenas de plantas de diferentes espécies — como jambeiros, açaízeiros, ipês, palmeiras e castanholas — completam o paisagismo e promovem bem-estar a pacientes, servidores e visitantes.

A arborização também tem efeitos práticos. Sebastião Ferreira, acompanhante de uma paciente e morador de Capanema, no nordeste paraense, elogia a iniciativa.

“Como Belém está muito quente, a sombra dessas árvores aqui ameniza o calor na lataria dos veículos e na cabeça da gente. Quem dera que toda a cidade fosse arborizada assim”, comenta.

Gestão de resíduos e segurança ambiental

Além do paisagismo ecológico, a Santa Casa também se destaca pela gestão responsável dos resíduos hospitalares. Centenas de servidores e colaboradores já passaram por treinamentos sobre descarte adequado, focando na segurança sanitária e no impacto ambiental.

A enfermeira Lígia Pereira explica que o controle eficaz dos resíduos está diretamente ligado à prevenção de infecções e à proteção dos profissionais de saúde.

“Com a segregação correta, a gente reduz o risco de poluição, do impacto ambiental, porque a gente sabe que se um resíduo infectante, com componentes biológicos e químicos, for parar em um aterro sanitário, ele não vai receber o devido tratamento podendo contaminar mananciais, causar doenças em pessoas que trabalham como catadoras, e gerar até riscos de epidemias e pandemias”, alerta.

Os resíduos hospitalares são classificados em cinco categorias: infectantes, químicos, radioativos, comuns e perfurocortantes - cada qual com riscos específicos.

Eficiência energética e reuso de recursos

Na área de infraestrutura, a instituição também avança em ações de sustentabilidade. Segundo Marcelo Frota, engenheiro civil responsável pela área Física e Patrimonial da Santa Casa, os investimentos em energia limpa e reaproveitamento de recursos vêm gerando economia e benefícios ambientais.

“Possuímos um sistema de reaproveitamento das águas pluviais reutilizadas nos banheiros da Unidade Almir Gabriel. E em relação à energia elétrica, temos um sistema de aquecimento de água por meio de placas de energia solar, usado nas UCI’s e UTI’s Neo”, afirma.
O hospital também foi pioneiro, em 2023, ao se tornar a primeira unidade pública do Estado a consumir exclusivamente energia limpa. O sistema solar, com placas e baterias, já gera uma economia de aproximadamente R$ 100 mil por mês nos cofres públicos.

“Recurso este que pode ser utilizado em outros investimentos para o Hospital. Podemos também afirmar que 90% das lâmpadas hoje instaladas são de LED, o que gera uma economia em torno de 25% em relação às antigas lâmpadas fluorescentes”, complementa Frota.
Entre outras ações, está em andamento a substituição do telhado convencional por telhas termoacústicas, que proporcionam maior conforto térmico para os usuários da unidade hospitalar.

Compromisso com o futuro

Em celebração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado nesta quinta-feira (5), a Santa Casa iluminará sua capela externa com luzes verdes, como parte da Década das Nações Unidas da Restauração de Ecossistemas — iniciativa global voltada à proteção dos biomas e da biodiversidade.

O presidente da Fundação Santa Casa do Pará, Bruno Carmona, ressalta que a sustentabilidade está no centro da estratégia institucional.

“Ao longo dos últimos seis anos, a Santa Casa vem fortalecendo seu compromisso com a sustentabilidade, reconhecendo a importância de reduzir os impactos ambientais gerados pelos serviços de saúde. Em nosso planejamento estratégico, incluímos a sustentabilidade como uma perspectiva-chave, desdobrando-a em ações concretas para mitigar danos ao meio ambiente. Entre essas iniciativas, destacamos Energia Renovável, Plantio de Árvores, Horta Sustentável, Programa Hospitais Verdes e Sustentáveis, Campanhas Internas de Consumo Consciente, entre outras”, afirma o gestor.