Pará reafirma compromisso com a transição energética sustentável na Conferência Amazon Energy
A programação contou com painéis que discutiram os principais desafios e diretrizes para a integração energética voltada ao desenvolvimento regional, com prioridade para a sustentabilidade, a inclusão social e a conservação da biodiversidade.

O Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), representado pelo titular da pasta, Paulo Bengtson, participou da Conferência Amazon Energy – 2º Evento Pré-COP IBP. A iniciativa, promovida pela Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA), via Jornada COP+, em parceria com o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), ocorreu na sede da FIEPA, em Belém.
Com foco na transição energética justa e sustentável na Amazônia, o encontro reuniu representantes de instituições governamentais, autoridades políticas, empresários e especialistas para debater a exploração energética na região, com ênfase na Margem Equatorial.

A programação contou com painéis que discutiram os principais desafios e diretrizes para a integração energética voltada ao desenvolvimento regional, com prioridade para a sustentabilidade, a inclusão social e a conservação da biodiversidade.
Durante o painel “A Política Energética Nacional e Paraense”, o secretário Paulo Bengtson reiterou o compromisso do Pará com um desenvolvimento socioeconômico de baixo carbono, alinhado à proteção ambiental. A integração energética na Amazônia é essencial não apenas para o crescimento econômico, mas também para o equilíbrio do planeta, destacando a importância de diretrizes que garantam a inclusão social e o respeito aos ecossistemas.

Bengtson compartilhou o painel com Carlos Agenor, diretor do Departamento de Política de Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural do Ministério de Minas e Energia (MME), sob a mediação de Alex Carvalho, presidente da FIEPA.
O evento aconteceu esta semana, reunindo instituições públicas e privadas engajadas na promoção de soluções voltadas à produção e à distribuição de energia no Pará e na Amazônia. A proposta é articular governo, empresas, academia e sociedade civil na construção de estratégias alinhadas às políticas energéticas locais e regionais.
Bengtson ressaltou que o Pará atua em diversas frentes estratégicas para viabilizar uma transição energética sustentável, em consonância com a Política Energética Nacional. As iniciativas visam à universalização do acesso à energia e à segurança no abastecimento, contribuindo para a redução das desigualdades regionais.

“Um dos destaques é o Programa de Inclusão Socioeconômica (PIS), gerenciado pela Sedeme e executado pela Equatorial Energia, com base em um termo de compromisso. A iniciativa viabiliza a implantação e ampliação de redes elétricas em áreas remotas de interesse social, promovendo o desenvolvimento por meio do acesso à energia. Já beneficiou mais de seis mil famílias e tem contribuído para a redução do uso de combustíveis fósseis e das emissões de gases de efeito estufa (GEE)”, afirmou.
Ele acrescentou que o PIS também contempla a instalação de redes trifásicas em regiões com potencial para atrair investimentos, fortalecendo o ambiente de negócios e impulsionando o crescimento sustentável.
No contexto da transição energética, Bengtson enfatizou a importância de um debate prático e conectado à realidade local, que envolva a escuta das comunidades, a análise de dados regionais e o reconhecimento dos potenciais específicos da Amazônia. “Isso inclui explorar alternativas como a produção de gás offshore e, sobretudo, avaliar os prazos para concessão de licenças, de forma a identificar com clareza nossas vantagens competitivas na região”, explicou.

Na ocasião, o diretor Carlos Agenor apresentou os marcos legais estabelecidos pelo MME e defendeu uma transição energética justa, inclusiva e equilibrada. Ressaltou o perfil renovável da matriz elétrica brasileira — 83%, segundo o Ministério — e posicionou o Brasil como referência mundial em emissões reduzidas e baixo impacto ambiental, em comparação com outros países. Nesse contexto, destacou-se também o papel do petróleo brasileiro, que apresenta baixíssima emissão de gases de efeito estufa. As atividades de exploração e produção no país se caracterizam por gerarem baixo impacto ambiental, ao mesmo tempo em que promovem a geração de emprego e renda.

Ele defendeu o aproveitamento estratégico dos recursos energéticos disponíveis: “Se temos petróleo e gás, devemos explorá-los com agilidade e estratégia. “Precisamos monetizar esses ativos — especialmente o gás — para que não sejam desperdiçados. A pressão energética global representa, para nós, uma oportunidade. Temos plenas condições de reduzir a dependência externa e ampliar nosso papel como exportadores, tanto de petróleo quanto de derivados, desde que superadas as deficiências da produção interna. Esse é o caminho que devemos trilha, ”, afirmou Agenor.