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Feira Pan-Amazônica do Livro discute a valorização da arte ancestral da Ilha do Marajó

Ceramistas, pesquisadores e público diverso conheceram os significados de cada traço da milenar arte marajoara

Por Diego Monteiro (HRAS)
22/08/2025 18h44

A 28ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes abriu espaço, na tarde desta sexta-feira (22), para um bate-papo sobre artes ancestrais e práticas contemporâneas da Ilha do Marajó. O encontro, realizado na Arena Multivozes, reuniu ceramistas, pesquisadores e público de diferentes idades interessado na força da ancestralidade e nos significados da arte marajoara.

Na plateia, um dos participantes foi o ceramista Guilherme Santana, 63 anos, que há mais de cinco décadas se dedica à cerâmica marajoara. Para ele, a presença de novos públicos reforça a importância da Feira. “Estar aqui e ver tantos jovens se interessando sobre o assunto é motivo de muita alegria. Isso só fortalece a Feira do Livro, que nos conecta às nossas raízes e ao passado com o presente”, disse Guilherme.

O ceramista Eitor Sebastian, 36 anos, ressaltou a importância da troca de experiências proporcionada pelo encontro. “Sou novo nesse universo, mas é algo que sempre mexeu comigo e me faz refletir sobre o passado toda vez que produzo uma peça. Esse momento foi maravilhoso, pois fortalece o respeito pela arte marajoara. A organização do evento acertou bastante”, afirmou.

Pertencimento - Durante o evento, o público pôde conhecer os significados de cada traço da arte marajoara, compreendendo como esses elementos expressam a história dos antepassados. O encontro também ressaltou o reconhecimento da importância dessas contribuições nos dias atuais, e mostrou como a produção artística estabelece conexões entre práticas tradicionais e a contemporaneidade.

Esses e outros assuntos foram conduzidos pela antropóloga e professora da Universidade Federal do Pará (UFPA), Daiana Travassos, ao lado de Cilene Andrade, formada em Letras pela instituição, além de ceramista e pesquisadora. Ambas destacaram que a ancestralidade não deve ser vista apenas como memória, mas como algo vivo, que precisa ser constantemente referenciado em todos os espaços.

Segundo Daiana Travassos, compartilhar esse conhecimento com diferentes públicos é fundamental. “Falar sobre arte e arqueologia para um público diverso é muito importante, pois a arqueologia não trata apenas do passado, mas também do presente. E assim vivemos o presente e preservamos o presente, para que possamos ter esse sentimento de pertencimento”, enfatizou.

Já para Cilene Andrade, a Feira do Livro representa um espaço de grande relevância para discutir o tema. Segundo ela, “se a gente parar para olhar com atenção, a arte marajoara está presente em muitos espaços aqui na Feira do Livro. Então, precisamos entendê-la não só como uma peça visual, mas também como algo que conta toda a nossa história, que é rica e possui várias camadas”.

A 28ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes será encerrada nesta sexta-feira (22), às 20h. Esta edição teve como homenageados Mestre Damasceno e Wanda Monteiro. Realizado novamente no Hangar – Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, em Belém, o evento contou com a participação de 120 empresas, sendo 32 editoras, 40 livrarias e 48 distribuidoras, que ocuparam 189 estandes.