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Duas pessoas são presas pela Polícia Civil em Marituba por maus-tratos, cárcere privado, resistência e obstrução da Justiça

Os detidos estavam em uma clínica terapêutica que foi alvo de denúncias por manter adolescentes trancados e com alimentação precária. Quatro pacientes foram removidos do local e relataram os maus-tratos sofridos

Por Jeniffer Terra (PC)
05/09/2025 18h28

Na manhã desta sexta-feira (5), a equipe da Divisão de Atendimento ao Adolescente (DATA) de Ananindeua, em parceria com o Conselho Tutelar II de Marituba, deflagrou a operação “Resgate” que culminou com a prisão de duas pessoas. Um dos presos vai responder por maus-tratos e cárcere privado e o outro, por obstrução da Justiça e resistência.

Os policiais receberam denúncias do Conselho Tutelar sobre maus-tratos envolvendo adolescentes internados em um estabelecimento, que funcionava como uma clínica terapêutica, localizado na Passagem São Cristóvão, no bairro São João, em Marituba, Região Metropolitana de Belém (RMB).

Segundo o Conselho Tutelar, a referida clínica não possui registro ou autorização junto aos órgãos competentes do município e era, frequentemente, denunciada por maus-tratos aos adolescentes internados no local.

“No momento da diligência, nós fomos impedidos de adentrar no local por um segurança. Do lado de fora, era possível ouvir os gritos de socorro vindos do interior da clínica, motivo pelo qual nós solicitamos o apoio da Polícia Militar e da Guarda Municipal de Marituba. Após cerca de uma hora, nós conseguimos acessar o local pelos fundos, momento em que encontramos vários internos que relataram sobre os maus-tratos frequentes e que a alimentação, em diversas ocasiões, era servida estragada e que os dormitórios, bem como as condições gerais da clínica, eram precários”, relatou a delegada Camila Jeha, responsável pela investigação.

Outros relatos informaram que os internos eram mantidos trancados em seus quartos. O conselheiro tutelar presente na ação confirmou, junto ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, que a clínica não possui cadastro ou autorização para acolher crianças e adolescentes. 

“Diante dos fatos, nossa equipe efetuou a prisão em flagrante do segurança da clínica, pela prática do crime de obstrução à Justiça, e da gerente do estabelecimento, pela prática do crime de maus-tratos e cárcere privado. Ambos foram conduzidos para a delegacia especializada, onde foram adotadas as medidas cabíveis”, concluiu a delegada.