Semas participa de oficina sobre critérios de soltura e conservação do peixe-boi no Pará
Encontro reuniu representantes de órgãos ambientais, universidades e organizações da sociedade civil para alinhar estratégias em prol da espécie

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade (Semas) participou da Oficina de Definição de Critérios para Translocação, Soltura e Avaliação do Plantel de Peixes-boi do Estado do Pará, realizada nos dias 29 e 30, no centro de pesquisa do Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém. O encontro, promovido em formato híbrido (presencial e online), reuniu representantes de órgãos ambientais, universidades e organizações da sociedade civil para definir parâmetros técnicos e alinhar estratégias de conservação da espécie.
O secretário adjunto de Gestão e Regularidade Ambiental, Rodolpho Zahluth Bastos, destacou as iniciativas recentes do Governo do Pará, em parceria com instituições públicas e privadas, para o fortalecimento das ações de resgate, reabilitação e soltura.
“Nós estamos participando em um grupo estadual de diversas ações em prol da conservação do peixe-boi, tanto em parcerias com entes privados, no sentido de fortalecer a estruturação de espaços de conservação da espécie. Recentemente, fechamos um acordo com a Alcoa para apoio ao Zoounama e estruturação do Instituto Nhamundá (Oriximiná), a nova base de conservação do peixe-boi integrada ao Projeto Socioambiental Igarapé Nhamundá, com flutuante e piscina de reabilitação. No caso do ZooUnama, vamos reformar dois tanques de aclimatação na comunidade do Igarapé do Costa, garantir apoio veterinário e também disponibilizar um veículo para o transporte dos animais. Além disso, o governador sancionou a Lei Estadual 11.171, que declara o peixe-boi marinho e o peixe-boi amazônico como patrimônio cultural natural de natureza imaterial do Pará, reforçando políticas, convênios e cooperações em torno dessa causa”, afirmou Rodolpho.
O professor Flávio Lima, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) e fundador do Centro de Estudos e Monitoramento Ambiental (Cemam), explicou que a oficina faz parte de um programa de capacitação que busca formar equipes técnicas no Pará para atuar em todas as etapas de manejo, seguindo protocolos nacionais e internacionais.
“Esse programa prevê ações de resgate, reabilitação e soltura, além do monitoramento de praias e avaliação de impactos. A Semas tem papel fundamental, pois atua não apenas na formulação de políticas públicas, mas também diretamente nos processos de resgate, transporte e apoio institucional. A expectativa é que essa oficina fortaleça a equipe técnica no Pará e permita devolver mais animais à natureza, contribuindo para o repovoamento das áreas de ocorrência da espécie”, destacou.

O superintendente do Ibama no Pará, Alex Lacerda, reforçou a importância da cooperação entre instituições para enfrentar os desafios da conservação e anunciou novas estruturas de apoio. “A quantidade de animais resgatados no ano passado foi altíssima. Iniciativas como base de aclimatação e construção de novas estruturas no Pará vão ampliar nossa capacidade de acolhimento. Com o Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (Cetras), que será inaugurado em Benevides, teremos condições de tratar e destinar animais resgatados, fortalecendo essa rede de proteção”, afirmou.
A oficina integra o Projeto de Conservação de Peixes-boi do Estado do Pará, conduzido em parceria com o Ibama, Cemam, Instituto Bicho d’Água, UERN, Museu Paraense Emílio Goeldi, Ufra, ICMBio, ZooUnama e o Governo do Pará, reforçando o compromisso coletivo com a preservação de uma das espécies mais emblemáticas da Amazônia.