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Contação de histórias com audiodescrição fecha a programação de outubro da Biblioteca Pública Arthur Vianna

A iniciativa voltada à inclusão e à promoção da leitura entre pessoas com deficiência visual.  proporcionou uma experiência sensorial e interativa unindo leitura, emoção e troca de vivências

Por Aycha Nunes (FCP)
31/10/2025 17h32

A Fundação Cultural do Pará (FCP) promoveu, nesta quinta-feira (30), um momento de inclusão e promoção da leitura entre pessoas com deficiência visual, durante uma contação de histórias com audiodescrição ocorrida na Biblioteca Pública Arthur Vianna (BPAV). A programação integra o projeto “Múltiplas visões”, que busca ampliar o acesso, a formação e a inserção desse público em diferentes espaços, por meio de atividades culturais e educativas.

Patrícia Martins é colaboradora do espaço e idealizadora da proposta

O encontro ocorreu na seção Braille da biblioteca, localizada no 2º andar do prédio sede da FCP, em Belém, e teve como obra central o livro “Para meu pai, o boto”, do autor paraense Geovane Belo. A mediação ficou por conta de Patrícia Martins, colaboradora do espaço e idealizadora da proposta, que conduziu a leitura em audiodescrição, descrevendo detalhes da capa, das ilustrações e das sensações que a narrativa desperta.

Patrícia explica que o projeto nasceu de uma observação durante sua vivência na biblioteca. “Eu percebi que muitas pessoas vinham até a seção Braille apenas para o convívio, mas a leitura nem sempre acontecia. Então pensei em uma forma de atrair esse público, levando emoção e fazendo com que eles pudessem sentir o livro de outra forma”, contou.

Ao final da contação, ocorreu uma roda de conversa, momento de troca de experiências, impressões sobre o livro e sugestões para as próximas leituras.

Yolanda Miyake é frequentadora da biblioteca

Entre os participantes, Yolanda Miyake, de 69 anos, assistente administrativa e frequentadora da biblioteca, destacou a importância da leitura com voz humana. “Eu sempre fui uma devoradora de livros. Hoje estou cega, mas reabilitada, e consigo ler com a ajuda de tecnologias assistivas. Ainda assim, ouvir uma pessoa lendo e descrevendo o livro traz uma sensação diferente, mais humana e emocionante”, comentou.

Igor Ferreira ressaltou o valor social do projeto

Já o professor de jiu-jitsu, Igor Ferreira, de 46 anos, ressaltou o valor social do projeto. “A maior importância é o conhecimento que adquirimos e a oportunidade de interagir com outras pessoas. Essa troca é muito rica”, afirmou.

A “Contação de histórias com audiodescrição” ocorre mensalmente na Seção Braille da Biblioteca Arthur Vianna, reforçando o compromisso da FCP com a acessibilidade cultural e o direito à leitura para todos.

Texto: Matheus Maciel/Ascom FCP