TechZone no PCT Guamá: painéis unem pesquisa e inovação para cidades inteligentes
Programação segue, nesta terça-feira (11), com foco nos recursos hídricos da Amazônia, destacando estudos e soluções para as comunidades costeiras
O primeiro dia da TechZone, evento realizado no Parque de Ciência e Tecnologia (PCT) Guamá, apresentou painéis e palestras com foco em “Cidades Inteligentes e Sustentáveis”. O painel “A Vanguarda Tecnológica no Diagnóstico da Saúde e Monitoramento Ambiental na Amazônia” reuniu iniciativas baseadas em Inteligência Artificial (IA), por exemplo, abordou soluções voltadas ao monitoramento ambiental e à saúde humana.
O painel também discutiu o uso de IA no contexto da biodiversidade para fins biotecnológicos, de energia, de conectividade e de gestão urbana sustentável, integrando tecnologia e inovação para o desenvolvimento de cidades mais eficientes e inclusivas.
As apresentações foram conduzidas por representantes de Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs). Luciana da Silva, pesquisadora da Rede Genômica para Medicina de Precisão e Vigilância de Doenças Infecciosas (REVIGEN), INCT vinculado ao Instituto Evandro Chagas, destacou o projeto que utiliza genômica e medicina de precisão como ferramentas de inovação no enfrentamento de doenças como dengue, Covid-19, tuberculose e malária, relacionando esses desafios às mudanças climáticas e à sustentabilidade na região.
“É uma abordagem médica que personaliza o tratamento e a prevenção de doenças com base nas características individuais de cada pessoa, incluindo o perfil genético, ambiental e de estilo de vida. A genômica, nesse contexto, estuda o genoma completo dos micro-organismos para compreender os mecanismos das doenças”, explicou Luciana da Silva.
O projeto propõe o uso de tecnologias avançadas para aprimorar o diagnóstico, o monitoramento e o controle dessas doenças na região amazônica. “É a retirada dessas tecnologias de centros de pesquisa, muitos deles concentrados nas regiões Sul e Sudeste do país, e sua expansão para o Norte e Nordeste, ampliando o acesso a essas inovações para as populações que mais precisam”, enfatizou a pesquisadora.
Outro INCT presente no painel foi o “Processamento e Transmissão de Sinais para Análise e Monitoramento Ambiental” (STREAM), da Universidade Federal do Pará (UFPA). A iniciativa contribui para a preservação dos biomas brasileiros e o avanço da agricultura sustentável por meio de tecnologias digitais como processamento de sinais e dados, sensoriamento multimodal, inteligência artificial e robótica aplicadas à preservação e à sustentabilidade.
“Abordamos aqui tecnologias promissoras para solucionar ou minimizar problemas latentes da Amazônia, como regularização fundiária, inventário florestal e inclusão digital, com foco em um monitoramento ambiental eficaz e de baixo custo. Entre as tecnologias que serão discutidas, destacam-se 5G e 6G, sensores, satélites e inteligência artificial”, destacou Aldebaro Klautau, coordenador do projeto.
Redes inteligentes para transporte, saúde e educação
O INCT Inteligência Artificial Aplicada às Cidades Inteligentes e Sustentáveis na Amazônia Brasileira (IAmazônia) também foi destaque do painel. O projeto promove o desenvolvimento sustentável por meio de tecnologias que reduzem impactos ambientais e otimizam o uso de recursos como energia, água e resíduos. A iniciativa atua ainda na criação de redes inteligentes voltadas para transporte, saúde, segurança, educação e saneamento, adaptadas às condições únicas da Amazônia.
Além disso, o IAmazônia fomenta ações de monitoramento e proteção dos ecossistemas com apoio da inteligência artificial, buscando equilibrar o crescimento urbano com a preservação da floresta. Um dos pilares do projeto é a inclusão social e cultural das comunidades tradicionais no processo de inovação. O objetivo final é desenvolver um modelo que possa ser replicado em outras regiões, tornando a Amazônia uma referência em cidades sustentáveis.
“Estamos felizes em apresentar o INCT IAmazônia durante a TechZone. Esse projeto nasceu da necessidade de adaptar as cidades e capacitar as pessoas para torná-las mais resilientes aos efeitos das mudanças climáticas. Além disso, a rede reúne mais de 35 instituições de pesquisa e empresas, nacionais e internacionais, comprometidas em desenvolver soluções para cidades inteligentes e sustentáveis na Amazônia, levando em conta suas oportunidades e singularidades. É um tema que tem tudo a ver com a COP 30, especialmente por estar acontecendo aqui, em Belém do Pará”, destacou Evelin Gomes, pesquisadora do IAmazônia.
O segundo painel da programação apresentou o projeto Smart City Canaã dos Carajás, uma iniciativa de cidade inteligente que busca melhorar a qualidade de vida da população por meio de tecnologia e inovação. A proposta inclui infraestrutura de TI, como um datacenter, para apoiar a gestão urbana inteligente. O projeto também incentiva a participação da comunidade, a educação tecnológica, com cursos e oficinas, e a inovação por meio de eventos como hackathons. A prefeitura de Canaã dos Carajás e a UFPA são parceiras na iniciativa.
“É uma honra estar aqui compartilhando nossa experiência e visão como poder público na implantação dessas tecnologias. Dar visibilidade a esse projeto dentro de um parque tecnológico é extremamente importante para mostrar que a tecnologia pode estar em qualquer lugar e ser desenvolvida para beneficiar a comunidade”, afirmou Bárbara Andrade, secretária de Planejamento do município.
Conectividade e IA na Gestão pública
A programação de abertura da TechZone no PCT Guamá também contou com uma palestra sobre conectividade na Amazônia, conduzida pela Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do Pará (Prodepa). Outro destaque foi a apresentação da Estratégia Paraense de Inteligência Artificial (EPIA) e do Marco Legal Estadual sobre o uso da IA, que reforçam o compromisso do Governo do Estado com a inovação tecnológica.
A iniciativa reconhece a inteligência artificial como uma ferramenta estratégica para promover inovação na administração pública. “Tem tudo a ver pensarmos no uso sustentável dos nossos recursos naturais aliado à tecnologia. Nesse sentido, foi muito importante destacar esse trabalho na TechZone, mostrando como estamos aplicando a inteligência artificial em prol do meio ambiente e da sustentabilidade”, comentou Lilian Haber, procuradora do Estado.
Programação e serviço
A TechZone é uma realização do PCT Guamá, da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica (Sectet), da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), da Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do Pará (Prodepa) e da Universidade do Estado do Pará (Uepa).
A programação continua nesta terça-feira (11), com foco nos recursos hídricos da Amazônia, destacando pesquisas e soluções voltadas às comunidades costeiras e à gestão sustentável da água na região.
Texto da Ascom / PCTGuamá
