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Secretaria da Agricultura Familiar (Seaf) reforça compromisso com a sustentabilidade

Na COP 30, a Seaf promove painel e destaca as experiências e os desafios da produção extrativista e da alimentação saudável na transição climática

Por Governo do Pará (SECOM)
11/11/2025 12h13
Painel da Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf) na programação da COP 30 em Belém, na segunda-feira (10)

A agricultura familiar e o extrativismo sustentável estiveram no centro das discussões no segundo dia da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30). O Pavilhão Pará sediou, na segunda-feira (10), o painel “Vozes do Campo e da Floresta Amazônica: os desafios da produção extrativista e de alimentação saudável na transição climática”, promovido pela Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf).

O encontro reuniu representantes de cooperativas, pesquisadores, produtores e técnicos da área ambiental para debater soluções sustentáveis diante das mudanças climáticas, com a participação das cooperativas Acosper (Cooperativa dos Trabalhadores Agroextrativistas do Oeste do Pará) e D’Irituia (Cooperativa Agropecuária dos Produtores Familiares Irituiense).

Secretário estadual da Agricultura Familiar, Cássio Pereira: "A agricultura familiar é o coração da nossa política de desenvolvimento sustentável", disse ele

Durante o painel, foram compartilhadas experiências de quem vive e trabalha diretamente com a terra e a floresta, mostrando que é possível produzir alimentos de qualidade, conservar o meio ambiente e fortalecer a economia local, mesmo diante dos impactos da crise climática.

“A agricultura familiar é o coração da nossa política de desenvolvimento sustentável. Temos investido na ampliação do acesso ao crédito, à assistência técnica e ao mercado, fortalecendo as comunidades e garantindo uma produção alimentar saudável para as famílias paraenses e para o mundo”, destacou o secretário de Estado da Agricultura Familiar, Cássio Pereira, que coordenou o debate.

Representantes das cooperativas apresentaram exemplos de boas práticas e iniciativas que têm garantido renda e sustentabilidade em diferentes regiões do Pará. As experiências mostraram como o conhecimento tradicional, aliado ao manejo sustentável da floresta, é essencial para a transição climática e para a manutenção da biodiversidade.

Desafios e resiliência no campo

O presidente da Cooperativa Agroextrativista do Oeste do Pará (Acosper), Manoel Edivaldo Matos, destacou os desafios enfrentados pelos produtores extrativistas da região de Santarém, especialmente nos últimos anos marcados pela seca extrema.

“A nossa missão foi apresentar um pouco da nossa experiência com o extrativismo da andiroba, da copaíba, da borracha, do mel de abelha e das sementes para reflorestamento. Mostramos também os desafios que enfrentamos por causa do clima, principalmente com a seca extrema, que afetou muito as abelhas, responsáveis pela polinização das espécies e pela nossa sobrevivência”, explicou Matos.

Manuel Edivaldo preside a Cooperativa Agroextrativista do Oeste do Pará (Acosper), em Santarém, e falou sobre a experiência

“Foram dois anos de sofrimento, 2023 e 2024, com a seca reduzindo a produção. Mesmo assim, buscamos alternativas como expandir a área de atuação, diversificar os produtos e envolver mais famílias para continuar produzindo e se mantendo”, completou ele.

Atualmente, a Acosper reúne 360 famílias cooperadas, além de outros produtores que fornecem matéria-prima. Os produtos, como óleos vegetais, açaí e polpas de frutas, já alcançam novos mercados e geram renda para centenas de famílias.

“Nosso trabalho mostra que é possível manter a floresta em pé, desde que haja apoio, seja na compra dos produtos, na assistência técnica ou no financiamento. Estar aqui na COP30 é importante porque nos sentimos parte de algo maior. Essa é uma oportunidade de mostrar o que fazemos e o que representamos para a Amazônia”, afirmou o presidente da Cooperativa Agroextrativista do Oeste do Pará (Acosper), Manoel Matos.

Investimentos e políticas públicas

Mesmo diante dos efeitos da crise climática, como secas prolongadas e incêndios florestais, os agricultores familiares paraenses têm conseguido se reinventar com o apoio do Governo do Estado. Por meio da Seaf e da Emater-Pará, eles têm acesso a políticas públicas, linhas de crédito e programas de incentivo que garantem mais estrutura, produtividade e renda no campo.

Somente em 2024, foram emitidos 18 mil Cadastros Nacionais da Agricultura Familiar (CAF), beneficiando cerca de 85 mil agricultores. Além disso, R$ 65 milhões foram destinados à agricultura familiar, por meio de programas de fomento e do Pronaf, voltados ao custeio da produção, aquisição de equipamentos e melhorias nas propriedades rurais.
Esses investimentos reforçam o compromisso do Governo do Pará com o fortalecimento da economia verde e o enfrentamento às mudanças climáticas.

“O que a gente vê aqui hoje é o reconhecimento do papel do agricultor familiar e do extrativista como protagonistas da transição ecológica. Cada quintal produtivo, cada roçado, cada comunidade extrativista representa uma solução concreta para os desafios climáticos que vivemos”, afirmou o secretário Cássio Pereira.

Compromisso com a transição climática

Cássio Pereira destaca que a COP30 tem sido um espaço essencial para consolidar o diálogo entre governo, produtores e sociedade civil.

“Este painel que promovemos hoje, dentro da programação da Green Zone na COP30. Foi um momento de diálogo importante entre os atores da agricultura familiar, as comunidades tradicionais e o Governo do Estado, com trocas ricas sobre como o clima tem afetado o dia a dia dos extrativistas e agricultores. Observamos mudanças nas safras, nas épocas de plantio, na floração e até nos produtos da floresta, como o mel, a castanha, a andiroba, a copaíba e a farinha de mandioca”, ressaltou.

Segundo o secretário, as políticas públicas desenvolvidas pela Seaf, em articulação com o Plano Estadual Amazônia Agora, têm garantido soluções concretas de adaptação às novas realidades climáticas, com foco na assistência técnica, no fortalecimento das comunidades e na regeneração das florestas nativas.

Programação da Seaf durante a COP30 

A Seaf seguirá com uma ampla programação durante a COP30, marcando presença tanto na Green Zone quanto na AgriZone, realizada nas dependências da Embrapa. Ao todo, estão previstas cerca de 30 participações, entre painéis temáticos, debates e estandes de comercialização de produtos da agricultura familiar, fortalecendo a visibilidade e o protagonismo dos produtores paraenses no maior evento climático do planeta.

De acordo com o secretário, Cássio Pereira, a COP30 tem sido uma oportunidade estratégica para o Pará reafirmar seu compromisso com a agenda climática e o desenvolvimento sustentável.

“A COP30 tem sido fundamental para fortalecer o diálogo e reafirmar o compromisso do Pará com a agenda climática. Aproveito para convidar todos para o Simpósio Internacional da Agricultura Familiar e das Comunidades Tradicionais, que acontecerá de 13 a 17 de novembro, na AgriZone, com cerca de 80 painéis e especialistas do mundo todo discutindo temas como assistência técnica, recursos hídricos, indústria e adaptação. Será um espaço essencial para compreender a realidade da Amazônia e as soluções que estamos construindo para uma transição climática justa e sustentável”, concluiu o secretário.

Texto de Tamiris Amorim