Sedap discute a implementação de políticas públicas baseadas na natureza, no “Estação Amazônia Sempre”
Evento integra a agenda de ações da COP30 e promove debates com representantes dos governos da região amazônica, organizações multilaterais, fundos climáticos, bancos e sociedade civil
Alinhada à agenda de ações da COP30, a Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap) participou do Painel “Desafios e oportunidades para conectar a ação climática e a biodiversidade na Amazônia, por meio de investimentos em soluções baseadas na natureza de propriedade local”, programação que integra o evento Estação Amazônia Sempre, ocorrido nesta terça (11), no Museu Paraense Emílio Goeldi.
O representante da Sedap, engenheiro de Pesca, Tiago Catuxo, discutiu em conjunto com a sociedade civil, indígenas, quilombolas e pesquisadores os desafios e as soluções para a implementação de políticas públicas na Amazônia.
“O grande desafio de fazer política pública baseada na natureza é entender a diversidade de ambientes, territórios e culturas do Estado. O importante desse processo é construir essas políticas públicas com as comunidades, elas não podem ser criadas dentro de gabinetes e aí há a necessidade de você ir aos territórios. Esse é o grande desafio!”, explica.
O evento foi organizado pelo Cifor-Icraf, instituição que une o Centro Internacional de Pesquisa Florestal (Cifor) e o Centro Internacional de Pesquisa Agroflorestal (Icraf), além do Centro Regional de Cooperação Suíça de Lima (SDC Hub Lima). O Painel foi acompanhado da representação da Embaixada da Suíça, além de ONGs, pesquisadores, jornalistas e comunidade.
Desafios enfrentados nos territórios
A painelista e pesquisadora quilombola do quilombo de Itamoari, do município de Cachoeira do Piriá (PA), Márcia Carmo Souza, destacou os desafios encontrados para a prática da agrobiodiversidade no território margeado pelo rio Gurupi.
“Compartilho aqui alguns problemas nos territórios tanto do Nordeste paraense como em outras regiões. Hoje, nós somos constantemente ameaçados por conta do uso dos agrotóxicos, das secas e também do garimpo que é uma ameaça constante. O nosso objetivo é buscar projetos que apoiem as boas práticas, sem prejudicar o meio ambiente”, destaca.
Agrofloresta como solução
O painelista indígena do Povo Tembé, da Terra Indígena Alto Rio Guamá, Wendel Tembé, pesquisador pelo Instituto Federal do Pará (IFPA) Castanhal, enfatizou que a solução está na agrofloresta.
“Esse projeto de agrofloresta para nós é a solução, porque a gente vai diminuir queimadas, diminuir o envenenamento e vai colocar comida de boa qualidade no nosso prato. O rumo é esse, procurar iniciativas, parceiros e autoridades do exterior para que os recursos cheguem aos povos indígenas, negros e quilombolas”, enfatiza.
Painel - Participaram do Painel, além de Wendel Tembé (IFPA Castanhal), Márcia Carmo Souza (Quilombo de Itamoari) e Tiago Catuxo (Sedap), o pesquisador Thomas Mitschein, professor da Universidade Federal do Pará (UFPA) e coordenador do programa Trópico em Movimento. A mediação ficou por conta de André Miccolis (Cifor-Icraf).
Sedap na COP30 - A Sedap ainda participa de outras programações da COP30 com painéis abertos ao público em espaços diferentes. No dia 12, 15h30, o Painel “O papel da Política de Territórios Sustentáveis na transição para baixas emissões” (Sala Seringueira - Green Zone, Pavilhão Pará); Já no dia 19, 15h45, o Painel “Indicações Geográficas: Proteção de Saberes Tradicionais e Desenvolvimento Sustentável” (Câmara Setorial de Agricultura e Economia Verde - Green Zone); e no dia 20, a Sedap terá duas participações: das 17h15 às 18h30, apresentará o tema “Agricultura – Descarbonização e Agricultura de Baixo Carbono na Amazônia Legal”. Logo depois, das 18h45 às 19h45, será debatido o tema “Agricultura – Cadeias Produtivas e Sustentabilidade: Políticas Públicas para a Bioeconomia Amazônica”.
