Sedeme participa de painéis sobre transição energética e desenvolvimento sustentável na COP30
As companhias precisam estar em sintonia com as diretrizes do governo, que incluem a redução da emissão de gases poluentes.
Na tarde desta segunda-feira (17), a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme) participou de dois painéis paralelos realizados no Pavilhão Pará, na Green Zone da COP30. O primeiro, promovido pela empresa Dow, incentivada pelo Estado e instalada no município de Breu Branco, contou com a presença do secretário adjunto Carlos Ledo. O segundo ocorreu no estande da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), com a participação do Diretor de Energia da Sedeme, Mauro Bastos.
O primeiro painel "Conectando redução de emissões, manejo sustentável de biomas e impactos social no Pará", foi mediado por Mariana Orsini, líder regional da Dow no Brasil. A unidade da empresa, instalada no municipio de Breu Branco produz principalmente silício metálico, matéria-prima essencial para a fabricação de silicones.
Participaram do painel o secretário adjunto da Sedeme, Carlos Ledo; a gerente de Projetos da PPA – Plataforma Parceiros pela Amazônia, Tássia Ribeiro; e o gerente de Public Affairs and Integrated Solutions da empresa Saint-Gobain, Douglas Meirelles.
Durante o debate, Carlos Ledo ressaltou que a política de concessão de incentivos fiscais do Governo do Pará está alinhada às práticas sustentáveis. “As companhias precisam estar em sintonia com as diretrizes do governo, que incluem a redução da emissão de gases poluentes. A comissão de incentivos avalia todo o contexto da operação, como o tipo de energia utilizada, a geração de empregos e o impacto no desenvolvimento econômico do município onde a empresa está instalada”, afirmou.
Ele reforçou ainda o papel da Sedeme como articuladora central do desenvolvimento econômico e energético. “A secretaria promove integração entre governo, setor privado e terceiro setor por meio de instrumentos como o Plano Estadual de Bioeconomia e o Plano Amazônia Agora, além de incentivos fiscais voltados a soluções verdes e regiões mais vulneráveis”, destacou. Segundo Ledo, o órgão estrutura diretrizes da Política Estadual de Energia, estimula investimentos em fontes de baixo carbono, articula projetos de renováveis e bioenergia e mantém diálogo permanente com empresas, academia e sociedade civil.
No campo regulatório, acrescentou que o Estado avança na construção da Política Estadual de Energia, alinhada à legislação climática e orientada para incentivar bioenergia, solar, hidrogênio verde e gás natural de menor impacto. O governo também prepara a transição energética no setor público, incorporando o uso de renováveis em seus equipamentos, fortalecendo a justiça energética com o Programa de Inclusão Socioeconômica (PIS).
Para Douglas Meirelles, o debate evidenciou a importância da relação entre o setor público, o setor privado e o terceiro setor. Segundo ele, um dos grandes desafios é garantir que as cooperativas possam participar efetivamente desse processo. “Sabemos o quanto é complexo o fornecimento para grandes empresas, que exige cumprimento de regras e padrões rigorosos. Por isso, o papel do setor privado é apoiar na formalização e na capacitação, para que as cooperativas estejam preparadas e aptas a fornecer também para companhias de grande porte. De forma geral, é esse o caminho que enxergamos para fortalecer a parceria entre os diferentes setores”, afirmou.
Tássia Ribeiro ressaltou a importância da criação de espaços de diálogo capazes de garantir que as demandas dos territórios, lideranças e organizações locais sejam atendidas. Segundo ela, é fundamental identificar os atores estratégicos e respeitar a lógica interna de cada comunidade, reconhecendo que cada território possui suas próprias necessidades e potencialidades econômicas. “Precisamos olhar para as vocações locais e compreender que existem diferentes Amazônias, com realidades distintas que devem ser consideradas na construção de soluções sustentáveis”, destacou.
Já no estande da Alepa, Mauro Bastos participou do painel “O Setor Produtivo da Amazônia Pará na COP30: Desenvolver Preservando”, que apresentou iniciativas voltadas ao fortalecimento da agenda de desenvolvimento sustentável na região. Em sua fala, o diretor de Energia destacou as principais frentes de atuação da Sedeme. Ele citou o Programa de Inclusão Socioeconômica (PIS), que leva eletricidade a regiões remotas, substitui ligações irregulares e reduz o uso de diesel. Entre 2019 e 2025, foram mais de 300 autorizações, atendendo 12 mil famílias em 75 municípios, com investimentos superiores a R$ 155 milhões.
Bastos também enfatizou a importância da economia circular, destacando a parceria entre a Sedeme e o Sistema OCB/PA, que resultou na criação da Diretoria de Cooperativismo (Dcoop/Sedeme). A iniciativa busca ampliar oportunidades de negócios e explorar as potencialidades econômicas do cooperativismo paraense, além de apoiar Arranjos Produtivos Locais (APLs), micro e pequenas empresas e promover produtos paraenses em mercados nacionais e internacionais.
Por fim, ressaltou também os incentivos fiscais, alinhados as práticas sustentáveis que estimulam a implantação e modernização de empreendimentos por meio de benefícios , fortalecendo cadeias produtivas estratégicas, atração de novos investimentos e contribuindo para o desenvolvimento econômico sustentável no Pará.
