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Pará mostra ao mundo, na COP30, como as árvores gigantes e áreas protegidas fortalecem a agenda climática na Amazônia

No Pavilhão Pará, na Green Zone, especialistas discutiram proteção florestal, ecoturismo e o impacto das árvores monumentais no clima regional e global

Por Vinícius Leal (IDEFLOR-BIO)
18/11/2025 15h18

O Pavilhão Pará, na Green Zone da COP30, recebeu, nesta terça-feira (18), o painel “Áreas Protegidas no Estado do Pará e as Árvores Gigantes no Equilíbrio Climático da Amazônia”, promovido pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), do governo do Pará. O encontro reuniu especialistas, gestores públicos, pesquisadores e representantes comunitários para discutir a importância estratégica das unidades de conservação e o papel das árvores gigantes na regulação climática da região.

O painel foi composto pelo diretor de Gestão da Biodiversidade do Ideflor-Bio, Crisomar Lobato; pelo diretor do Instituto Federal do Amapá (IFAP) - Campus Laranjal do Jari, Diego Armando; pela gerente de Políticas Públicas em Clima e Conservação da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), Gabriela Sampaio; pelo gerente da Região Administrativa de Belém do Ideflor-Bio, Júlio Meyer e pelo representante da Coopertu Jari, Márcio André.

Durante o evento, o Ideflor-Bio lançou oficialmente o catálogo das Unidades Estaduais de Conservação e o box contendo a versão executiva e três estudos técnico-científicos que subsidiaram a criação do Parque Estadual das Árvores Gigantes da Amazônia. O material foi elaborado pela equipe da Diretoria de Gestão da Biodiversidade (DGBio), com apoio integral da Fundação Amazônia Sustentável (FAS) e da Andes Amazon Fund (AAF), que garantiram suporte financeiro e logístico às expedições e pesquisas necessárias para a implantação da 29ª Unidade de Conservação estadual.

Maior árvore da América Latina

Crisomar Lobato destacou o impacto científico da descoberta das árvores gigantes no Norte do Pará

Ao apresentar o conjunto de estudos, Crisomar Lobato destacou o impacto científico da descoberta das árvores gigantes no Norte do Pará, identificadas a partir de pesquisas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Ele lembrou que, entre elas, está a maior árvore do Brasil e da América Latina - um angelim-vermelho com 88,5 metros de altura. 

“A relevância de uma árvore dessa para a biodiversidade e para o equilíbrio do ecossistema é enorme. Só a evapotranspiração de uma copa desse porte contribui de forma determinante para os chamados rios voadores, que garantem chuvas até no Sudeste e Centro-Oeste do País. Por isso, preservar essas gigantes é fundamental”, reforçou. Crisomar explicou ainda que, ao identificar que a área era uma floresta estadual voltada ao manejo, o Ideflor-Bio optou por destiná-la à proteção integral, culminando na criação do Parque Estadual Ambiental das Árvores Gigantes da Amazônia, com 560 mil hectares.

A gerente da FAS, Gabriela Sampaio, enfatizou que apresentar esses resultados na COP30 reforça o papel da Amazônia no debate climático global. Para ela, o painel evidencia como a cooperação entre governo, ciência, organizações da sociedade civil e comunidades tradicionais é essencial para garantir avanços concretos. “A Amazônia já produz soluções reais, escaláveis e baseadas em evidências. Quando mostramos a criação e consolidação de Unidades de Conservação e modelos de gestão territorial com protagonismo comunitário, afirmamos ao mundo que proteger a floresta é possível, quando há articulação, vontade política e investimento contínuo”, destacou.

Fortalecendo o ecoturismo 

Representando a gestão territorial e o planejamento turístico, Júlio Meyer ressaltou que o painel também foi uma oportunidade para apresentar o trabalho do Ideflor-Bio no fortalecimento do ecoturismo no Pará, especialmente no Parque Estadual das Árvores Gigantes. Ele explicou que a equipe vem estruturando um produto turístico capaz de garantir o acesso de visitantes, valorizando a experiência de contemplação e educação ambiental.

“O turismo é uma estratégia essencial de geração de renda e valorização da unidade. Participar deste painel ao lado de financiadores e da comunidade da RDS Iratapuru demonstra como Pará, Amapá e comunidades locais estão alinhados para desenvolver um roteiro de alto nível para o Parque”, afirmou.

O representante da Coopertu Jari, Marcio André, reforçou a importância da inclusão comunitária no processo de implementação da nova Unidade de Conservação. Para ele, a participação da população local, especialmente das comunidades tradicionais que vivem próximas à área protegida, é decisiva para garantir o manejo adequado, o uso sustentável e a criação de oportunidades econômicas baseadas no turismo de natureza e na conservação ambiental.

Pesquisa em prol da preservação da floresta

Já o diretor do IFAP - Campus Laranjal do Jari, Diego Armando, frisou que a presença da instituição no painel reforça o compromisso da educação pública com a pesquisa científica e o desenvolvimento sustentável no corredor ecológico que conecta Pará e Amapá. Segundo ele, formar jovens pesquisadores e técnicos aptos a atuar em áreas de conservação é uma das prioridades do Instituto, que mantém parcerias contínuas com organizações ambientais e comunidades extrativistas da região.

O painel encerrou com a reafirmação do compromisso conjunto dos participantes em fortalecer a governança ambiental da Amazônia. O presidente do Ideflor-Bio, Nilson Pinto, disse que o lançamento dos estudos e do catálogo representa um marco histórico na valorização das Unidades de Conservação paraenses e na consolidação de políticas públicas voltadas à proteção de ecossistemas essenciais ao equilíbrio climático global.

“Como ressaltado pelos debatedores, a criação do Parque Estadual das Árvores Gigantes simboliza não apenas a preservação de árvores monumentais, mas o avanço de uma agenda que busca conciliar conservação, desenvolvimento e justiça climática”, finalizou o presidente.