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Paciente renal ganha festa no HC pela formação no curso de Enfermagem

Aos 23 anos, Larissa Vitória conclui a graduação e ganhou uma festa no Hospital, organizada pelo Serviço de Terapia Renal Substitutiva

Por Lucila Pereira (HC)
27/11/2025 12h05
Larissa Vitória é cardiopata e usuária de marcapasso e ganhou o carinho de profissionais da saúde e familiares no HC

Formar-se no ensino superior já é um desafio para muitos jovens, mas para quem convive com uma rotina intensa de tratamento renal — com sessões de hemodiálise, três vezes por semana, dia sim, dia não, ou até diariamente nos casos mais graves —, a conquista se torna ainda mais grandiosa. Na contramão das estatísticas, Larissa Vitória, 23 anos, paciente renal crônica e em tratamento no Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (HC), celebrou sua formatura em Enfermagem após quatro anos conciliando estudo e diálise. A comemoração ganhou um momento especial: a equipe do Serviço de Terapia Renal Substitutiva (TRS) organizou uma festa surpresa para homenagear a nova profissional da saúde.

Cardiopata e usuária de marcapasso, Larissa desenvolveu doença renal crônica em decorrência do problema cardíaco. Dependente da hemodiálise e passando por longos períodos de fragilidade física, ela precisou driblar limitações de tempo, energia e deslocamento para continuar estudando.

“Foi algo assim bem difícil. Eu lembro que no começo a minha mãe que me levava, ela me levava, me esperava, porque quando eu comecei eu ainda estava bem debilitada. Muitas vezes, eu fiquei sem ir também e estudava online em casa. Ela foi a minha maior incentivadora. Ela que me inscreveu, ela que me matriculou, na verdade. E ela só chegou comigo e disse: ‘olha, eu te inscrevi e tu vais comigo, a gente vai dar um jeito’. Eu dizia: ‘Mas como que eu vou desse jeito?’ E ela respondia: ‘Minha filha, a gente vai, a gente vai dar um jeito, tem jeito pra tudo’”, lembra Larissa.

A convivência diária com a equipe multiprofissional e a curiosidade pelo funcionamento do setor a motivaram a escolher o tema do Trabalho de Conclusão de Curso: a importância da enfermagem na hemodiálise.

Larrisa Vitória com o irmão e a mãe, que foi a maior incentivadora para que ela entrasse na faculdade

“Antigamente eu não sabia nem que existia hemodiálise. Eu só sabia sobre transplante de rim, eu não fazia ideia do que podia afetar os rins. Então, quando eu comecei, descobri um mundo totalmente diferente. Tem muitas coisas que as pessoas não sabem, assim como eu lá no início. Quando comecei a acompanhar a equipe, entender como funciona, fiquei curiosa. Não é que eu queira trabalhar na área, mas achei muito interessante esse mundo da enfermagem na hemodiálise. Por isso escolhi esse tema”, conta.

Durante a surpresa, profissionais que acompanharam a jovem desde os primeiros meses não esconderam o orgulho. “Um exemplo de perseverança, de luta. Um exemplo aos colegas que acham que por terem uma doença crônica é o fim. Buscou um lugar ao sol, é um orgulho pra equipe e para o hospital que se dedica a dar um tratamento de qualidade e ver o resultado transformado em superação. Uma pessoa que poderia se conformar com os benefícios que tem direito e poderia se acomodar, mas que decidiu fazer e conquistar seu espaço no mercado de trabalho. Iniciou uma caminhada e demonstrou que não vai parar por ai. Uma paciente que saiu da faculdade cheia de sonhos, e no que depender desta equipe que a acompanha a anos irá voar longe”, destacou, emocionada, a enfermeira Kely Freitas, que acompanha a trajetória da paciente.

A formatura de Larissa reforça o papel do acolhimento e do cuidado humanizado no tratamento renal crônico. No HC, referência estadual em nefrologia e cardiologia, a história da jovem se tornou motivo de celebração coletiva e inspiração para outros pacientes.