Hospital Galileu encerra 2025 com quase 200 ações de humanização e reforça cuidado integral a pacientes e colaboradores

O ano de 2025 chega ao fim com um marco importante para o Hospital Público Estadual Galileu (HPEG), na Grande Belém: quase 200 ações de humanização realizadas ao longo dos últimos meses.

Para a secretária de Estado de Saúde Pública do Pará, Ivete Vaz, o número expressivo traduz o compromisso do Governo do Estado em fazer da saúde um espaço de acolhimento em meio a uma rotina desafiadora.

"A área da saúde é repleta de incertezas, emergências e vulnerabilidades. Por isso, iniciativas de humanização não são complementos — elas são essenciais para garantir dignidade, segurança emocional e confiança aos pacientes, familiares e colaboradores. O Galileu demonstra, com resultados concretos, que cuidar bem é um ato que transforma vidas todos os dias", destacou.

As experiências vividas no Galileu mostram como essas ações impactam a recuperação. O aposentado Benedito Soares, 57 anos, que passou por cirurgia após um acidente doméstico, encontrou nas atividades culturais uma forma de aliviar a ansiedade. "A contação de histórias me transporta. É como se eu vivesse outras aventuras enquanto estou aqui. Ajuda demais a passar o tempo e acalmar o coração", disse.

Já Angélica Costa do Nascimento, internada após retirada de cálculo renal, não escondeu a alegria ao receber os palhaços. "Foi uma surpresa boa. Dá uma leveza que a gente nem espera", relatou.

O metalúrgico Joel Souza de Lima, 54 anos, que passou por cirurgia após acidente de moto, também aprovou a programação. "O atendimento aqui é excelente, e o bloquinho carnavalesco foi muito divertido", disse sorrindo.

A estudante Maria Christine, 22 anos, internada após um acidente motociclístico, também encontrou conforto nas oficinas de arte. "No hospital, a rotina cansa. Mas quando a equipe chegou com tintas e atividades, todo mundo se animou. Adulto também precisa desse respiro", afirmou.

Perfil - Com 104 leitos de internação, o HPEG funciona como unidade de média e alta complexidade e é referência em trauma ortopédico, atuando também como retaguarda cirúrgica. Oferece serviços como Reconstrução e Alongamento Ósseo, além de cirurgias de traqueia e procedimentos urológicos, incluindo hiperplasia prostática benigna, exclusão renal e triagem com biópsia de próstata. Mas além da excelência técnica, o hospital se destaca por um conjunto robusto de práticas que colocam o bem-estar no centro do cuidado.

Parte essencial dessa estrutura é conduzida pela coordenadora de Humanização, Anny Segóvia, que reforça que o cuidado também inclui quem trabalha no hospital. "Humanização não é só para o paciente. Nossos colaboradores também recebem acolhimento, porque eles são fundamentais para que tudo aconteça. Celebramos aniversários ao fim de cada mês e, no final do ano, realizamos a entrega de presentes como forma de agradecer a quem dedica a vida a cuidar da saúde de outras pessoas. Valorizar a equipe é fortalecer o cuidado", explica.

Os projetos do Hospital Galileu ganharam destaque nacional neste ano ao contribuírem para a conquista do Nível 3 – Acreditado com Excelência da Organização Nacional de Acreditação (ONA). O reconhecimento atesta a segurança, a gestão integrada e a excelência administrativa da unidade — e destaca as práticas humanizadas como diferencial.

Entre elas está o Projeto de Artesanato Criativo, que ensina técnicas manuais e incentiva a economia criativa como forma de terapia durante a internação. "Os recursos manuais proporcionam melhora significativa na evolução do paciente. Neste ano, ampliamos as técnicas de crochê, que têm trazido resultados muito positivos no controle da ansiedade e na sensação de pertencimento", explica Anny.

Outra ação que se tornou símbolo da unidade é o Cine Galileu, que leva sessões de filmes com pipoca e suco diretamente às enfermarias, promovendo descontração e socialização. Em 2022, o projeto ganhou até versão da Copa do Mundo, permitindo que pacientes acompanhassem os jogos do Brasil dentro do hospital.

Há ainda o projeto "Carta para o Desconhecido", pelo qual usuários escrevem mensagens de otimismo para outros internados. Enfermeiros, técnicos e psicólogos recolhem as cartas e fazem a entrega aleatória. A proposta cria laços inesperados entre pessoas que passam por situações semelhantes.

Projetos - O diretor executivo interino, Alexandre Reis, reforça que a unidade alia especialização clínica a uma estratégia sólida de cuidado emocional. "Somos referência no atendimento ao trauma ortopédico, mas também entendemos que saúde mental e acolhimento fazem parte da recuperação. Por isso, investimos em ações como cortes de cabelo, iniciativas de autocuidado, celebração de aniversários no leito, visitas estendidas, palhaçaria, o Cine Galileu, musicoterapia, oficinas de arte e projetos como 'O que importa para você'. Tudo isso ajuda o paciente a enfrentar o tratamento com mais força, conforto e dignidade", afirma.

O Hospital Público Estadual Galileu é uma unidade do Governo do Pará, administrada pelo Instituto de Saúde Social e Ambiental da Amazônia (ISSAA), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). O hospital está localizado na avenida Mário Covas, nº 2553, e segue consolidando um modelo de cuidado que une técnica, acolhimento e humanidade como caminhos para uma saúde pública mais digna e transformadora.

Texto: Roberta Paraense

Foto: Divulgação