4ª Conferência Estadual de Economia Popular e Solidária reforça compromisso com o cooperativismo no Pará
A troca de experiências entre os diferentes territórios, também possibilitou a identificação de desafios comuns e soluções adaptadas às realidades locais.

Com o foco de fortalecer as políticas públicas voltadas ao cooperativismo e à inclusão produtiva, o Governo do Pará, em parceria com o Governo Federal, por meio da Secretaria de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster), realizou, nos dias 22 e 23 de maio de 2025, a 4ª Conferência Estadual de Economia Popular e Solidária (Conaes).
O evento reuniu representantes solidários, entidades de apoio, gestores e movimentos sociais de diversas regiões do Estado, em um espaço de escuta, debate e construção coletiva de diretrizes para o setor.
Sob o tema “Políticas públicas de economia popular – Construindo territórios democráticos por meio do trabalho associativo e do cooperativismo”, a conferência teve como objetivo a consolidação de estratégias, que promovam o desenvolvimento territorial, a partir de práticas econômicas baseadas na solidariedade, autogestão, inclusão e sustentabilidade.
“A conferência permite um espaço democrático para debater temas importantes que serão levados para o âmbito nacional, temáticas essas que se aprofundam de acordo com a vocação de cada município. Essa conferência estadual é a culminância das conferências municipais que ocorreram anteriormente, e daqui nós vamos escolher os delegados que vão representar o estado do Pará na Conferência Nacional de Economia Popular e Solidária. A economia solidária, por si só, se fortalece com empreendimentos solidários, que são grupos e coletivos que estão ali no dia a dia, para que realmente haja uma forma de gestão em que o próprio consumidor possa ter algo mais acessível. Essa discussão vai além: é para que as pessoas possam estar presentes nesse debate, mas também para fortalecer o movimento onde quer que ele esteja”, disse Silvia Reis, coordenadora de empreendedorismo e economia solidária da Seaster.
No primeiro dia, os participantes se organizaram para discutir e formular propostas voltadas a áreas estratégicas, como acesso ao crédito solidário, comercialização, assistência técnica, formação e fortalecimento das redes produtivas. A troca de experiências entre os diferentes territórios, também possibilitou a identificação de desafios comuns e soluções adaptadas às realidades locais.
Para Mariah Wanzeler, representante do Fórum de Economia do Baixo Amazonas, discutir economia solidária é um modo de inclusão para pessoas marginalizadas na sociedade, e ela pode ser realizada em conjunto pela população e governo.
“A Conferência Municipal que ocorreu em Santarém foi de grande importância para a união dos movimentos sociais, para que eles falassem sobre economia solidária. A Estadual também é um marco muito grande para a nossa região, principalmente por mostrar que há economia popular e solidária no Baixo Amazonas, que existem pessoas que fazem parte desse sistema de produção e que ele pode ser desenvolvido em conjunto com o governo federal, estadual e municipal. Porque a economia solidária não é só um modo de produção; ela é um modo de vida, é uma escolha que as pessoas têm para ter uma condição melhor, uma boa qualidade de vida, para inserir mulheres no meio produtivo, para inserir pessoas marginalizadas ou pessoas que não conseguem se identificar com o trabalho informal”, afirmou Mariah Wanzeler.
Já no segundo dia, a programação foi dedicada à leitura e aprovação final das propostas consolidadas pelos grupos. As diretrizes aprovadas formarão o documento base a ser encaminhado para a etapa nacional da conferência, além de subsidiar ações do governo estadual, voltadas ao fortalecimento da economia popular e solidária no Pará.

A conferência também contou com apresentações culturais e durante os dois dias, estiveram presentes cerca de 50 pessoas, divididas entre delegados, convidados e ouvintes, destacando a importância da escuta ativa e da participação popular como pilares para a construção de políticas públicas efetivas e territorializadas.
“Vim hoje participar da conferência pois acredito na importância do desenvolvimento de políticas públicas e economia solidária, que deem acesso às comunidades a uma proteção sustentável, na geração de emprego e renda e no desenvolvimento de mecanismos sociais que ofereçam suporte às famílias em processos que, por inúmeras problemáticas, não as alcançam”, disse Anderson Miguel, representante da Central de Movimentos Populares de Belém.
”Este é um momento importante para que possamos traçar estratégias de fortalecimento e assim, assegurar mais oportunidades de conversa, além do fomento que gere emprego e renda para todos os que precisam”, enfatizou Miriquinho Batista, secretário adjunto de trabalho, emprego e renda da Seaster.
Ao final do encontro, os delegados estaduais foram eleitos para representar o Pará, na Conferência Nacional de Economia Solidária, que acontecerá ainda este ano em Brasília.
*Com a colaboração de Matheus Gomes/ Ascom Seaster