Sespa promove treinamento sobre o aplicativo Saúde-Pará para vigilância hospitalar da RMB
Ferramenta digital desenvolvida pela Sespa será utilizada no monitoramento de eventos de massa, como a COP 30, promovendo agilidade e integração na resposta a emergências em saúde pública
A Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa), por meio do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) e do Núcleo de Informações em Vigilância em Saúde (Nivs) da Diretoria de Vigilância em Saúde (DVS), promoveu, nesta quarta-feira, um treinamento com os Núcleos de Vigilância Hospitalar da Região Metropolitana de Belém, com foco no uso do aplicativo “Saúde-Pará”. A atividade foi realizada no auditório da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) e contou com a participação de profissionais de Belém, Ananindeua e Marituba.
Na mesa de abertura do evento estiveram presentes Lúcia Helena Monteiro, representando a Diretoria de Vigilância em Saúde; Fatiane Santos, coordenadora da Rede de Vigilância Epidemiológica Hospitalar (Reveh); e Bruno Pinheiro, do Nivs/Sespa. O encontro marcou o início da fase de validação do aplicativo, com a participação direta dos profissionais que atuam na linha de frente da vigilância hospitalar.
A abertura técnica foi conduzida por Diana Lobato, apoiadora institucional do Departamento de Emergências em Saúde Pública do Ministério da Saúde (DEMSP/MS), que falou sobre o papel estratégico dos Núcleos Hospitalares de Epidemiologia frente às emergências em saúde pública. “Quero muito que vocês se enxerguem dentro desse processo, porque vocês são os nossos primeiros parceiros notificadores desses eventos. Estudos mostram que os núcleos conseguem detectar uma emergência até três semanas antes que ela se concretize. É por isso que vocês são essenciais”, afirmou.
Desenvolvido pelo Nivs/Sespa, o aplicativo Saúde-Pará é uma iniciativa inovadora que integra funcionalidades voltadas tanto para os profissionais de saúde quanto para o cidadão, como notificação de eventos, geolocalização de unidades de saúde e acesso a conteúdos técnicos e educativos. No treinamento desta quarta-feira, o foco foi o ambiente de “Comunicação de Casos”, funcionalidade estratégica para atuação durante eventos de massa, como a COP 30.
Bruno Pinheiro destacou o caráter pioneiro e colaborativo da ferramenta. “Estamos com muita alegria iniciando o uso de um dos ambientes do app Saúde-Pará com vocês, que são os profissionais diretamente envolvidos na vigilância. Essa ferramenta foi idealizada pelas expertises da epidemiologia da Sespa e desenvolvida pelos analistas do nosso Núcleo de Informação. Utilizamos da infraestrutura de tecnologia disponibilizada pela secretaria, através do CTIS (Coordenação de Tecnologia e Informática em Saúde) para hospedar e garantir a segurança e disponibilidade dos dados coletados e armazenados”, explicou.
Já Fatiane Santos reforçou a escolha dos profissionais da rede hospitalar como os primeiros a receberem o treinamento. “Vocês participaram desde o início, testaram o sistema e contribuíram com sugestões. Isso mostra o reconhecimento do papel central que os núcleos hospitalares têm na detecção e resposta a emergências. Essa ferramenta vem justamente para tornar esse processo mais ágil e fluido”, disse.
Para Veronilce Borges, representante do Cievs, o treinamento representa uma etapa fundamental na preparação para o monitoramento de grandes eventos que possam oferecer riscos à saúde pública, como a COP 30, que será realizada em Belém. Ela destacou que eventos de massa exigem vigilância ativa, coleta de dados em tempo real e resposta rápida a situações de risco. Nesse sentido, a ferramenta digital “Saúde-Pará”, desenvolvida pela Sespa, será essencial por permitir a integração das informações coletadas em pontos estratégicos com os órgãos de vigilância em saúde, facilitando a tomada de decisões e o enfrentamento coordenado de possíveis emergências sanitárias.
Veronilce ressaltou ainda que a atividade contribui para fortalecer a capacidade de resposta dos Núcleos Hospitalares de Epidemiologia (NHEs), promovendo a articulação entre as unidades hospitalares e os sistemas de vigilância em saúde. Segundo ela, a iniciativa é essencial para garantir a segurança da população e a eficácia das ações de saúde durante eventos de grande porte, como a COP 30, que terá grande visibilidade nacional e internacional.
Lúcia Monteiro, que atua na coordenação do Programa Estadual de Controle da Tuberculose, também compartilhou sua experiência e destacou a evolução das ferramentas tecnológicas. “Lembro do tempo em que caminhávamos pelos hospitais para coletar notificações. Hoje, temos essa possibilidade de lançar os dados diretamente no app. Isso representa um avanço enorme. O aplicativo nos leva da vigilância para a vigilância, como bem disse o Bruno”, comentou emocionada.
Juliane Alencar, supervisora do Núcleo de Vigilância Hospitalar do Hospital Abelardo Santos, estava participando do treinamento e destacou a importância da capacitação. “Esse evento nos prepara não apenas para a COP 30, mas também para outras situações de emergência. Com o app, poderemos notificar de forma rápida e assertiva, evitando surtos e protegendo a população. É uma ferramenta que vai transformar a forma como atuamos”, afirmou.
A implantação do Saúde-Pará faz parte da estratégia de transformação digital da Sespa e será expandida para outras regiões do estado. A iniciativa reafirma o compromisso da Secretaria com o fortalecimento da vigilância em saúde, a integração dos sistemas e a resposta coordenada a riscos sanitários, especialmente diante da visibilidade internacional que Belém terá ao sediar a COP 30.
O aplicativo ainda está em fase de homologação, mas com o treinamento iniciado nesta quarta-feira, entra agora na etapa de validação junto aos profissionais que lidam diretamente com a notificação de eventos em saúde pública. Entre suas funcionalidades estão o repositório de materiais técnicos, a geolocalização de estabelecimentos de saúde e o painel de indicadores, com dados em tempo real e acesso ao multilinguismo. Outros treinamentos devem acontecer ao longo do ano.
