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Governo do Pará promove seminário para fortalecer assistência técnica e extensão rural

Evento em Belém reuniu representantes de instituições públicas, sociedade civil e movimentos sociais para discutir diagnóstico inédito sobre a agricultura familiar e comunidades tradicionais

Por Giovanna Abreu (SECOM)
04/09/2025 23h04

O Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura Familiar (Seaf), realizou nos dias 3 e 4 de setembro, em Belém, o Seminário Estadual de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER). O encontro, considerado um marco para a construção e o aperfeiçoamento de políticas públicas voltadas à agricultura familiar, povos e comunidades tradicionais, teve como objetivo apresentar os resultados de um diagnóstico inédito sobre o cenário da ATER no Estado, além de propor soluções para fortalecer o setor.

Responsáveis por 70% da produção dos alimentos básicos consumidos no Pará e por cerca de 27 milhões de hectares de florestas fundamentais para o equilíbrio climático, a agricultura familiar e as comunidades tradicionais (AFCT) ainda enfrentam desafios para ampliar sua produção e garantir acesso a políticas públicas.

“Estamos construindo um novo sistema estadual de ATER para atender os agricultores familiares e, com esse diagnóstico, agora temos os elementos para firmar um pacto entre governo e sociedade”, destacou a organização do evento.

Mais de 50 representantes de instituições públicas, organizações da sociedade civil e movimentos sociais participaram do seminário, que contou com a parceria da organização internacional The Nature Conservancy, a realização da Terra Preta – Soluções Socioambientais e Educacionais e o apoio de diversas instituições atuantes no Estado.

Rede estadual de assistência técnica

O diretor de Organização Produtiva e Comunidade Tradicional da Seaf, Anderson Serra, ressaltou que o diagnóstico proporciona um aprofundamento da realidade da ATER no Pará.

Anderson Serra Diretor de Organização produtiva e comunidade tradicionais

“Esse encontro nos possibilita o avanço da organização de uma rede estadual de assistência técnica para ampliar e aperfeiçoar o serviço no Pará. A ATER é estratégica para garantir acesso a políticas públicas, como crédito rural, regularização fundiária, ambiental e sanitária de agroindústrias da bioeconomia, entre outros”, afirmou.

O estudo foi coordenado pelo professor do Instituto Federal do Pará (IFPA), Romier Sousa, e alcançou as 12 Regiões de Integração do Estado. “O principal objetivo era mapear as instituições que prestam algum tipo de serviço de assistência técnica para a agricultura familiar, povos e comunidades tradicionais, identificar potencialidades e gargalos, para que possamos aperfeiçoar a política pública de ATER. Ao todo, foram registradas 437 iniciativas”, explicou.

Vozes do campo

A diretora da Federação de Trabalhadores e Trabalhadoras da Agricultura, Angela de Jesus, avaliou a importância dos dados levantados.

“A assistência técnica é um pilar da produção, da comercialização e da recuperação ambiental. Por isso, é tão importante investir nessa área, porque, de fato, muda realidades”, afirmou.

A coordenadora técnica da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), Cristiane Corrêa, acrescentou que o diagnóstico registra cerca de 350 mil famílias produtoras rurais de agricultura familiar, ribeirinhos e indígenas, público-alvo da política nacional de ATER.

“Considero esse seminário um marco, porque possibilita a integração de todas as instituições, com a discussão de políticas públicas a partir desse diagnóstico, fortalecendo as ações voltadas às famílias rurais do nosso Estado”, destacou.

Formação e qualificação

O professor da Universidade Federal do Pará (UFPA), Campus Altamira, e coordenador do Laboratório de Estudo das Dinâmicas Territoriais na Amazônia (Ledtam), José Herrera, ressaltou o papel estratégico da formação de profissionais que atuam na ATER.

“É fundamental potencializar qualificações continuadas, avançar nos temas demandantes, sobretudo na economia da sociobiodiversidade. Nosso papel é ajudar a fortalecer essa rede de formação, garantindo integração entre diferentes especificidades do Pará. Isso fortalece a ATER no Estado”, explicou.

Programação

A programação incluiu mesas-redondas, apresentação do diagnóstico, debates em grupos de trabalho, rodas de conversa sobre experiências práticas em extensão rural e o painel “A demanda de ATER a partir das organizações sociais”. O encerramento reuniu compromissos finais para consolidar uma agenda comum em prol do fortalecimento da assistência técnica e extensão rural no Pará.