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Pará acelera a bioeconomia e apresenta estratégias para região amazônica

Estado se destaca como o porta-voz de um modelo de economia verde, com uma gestão vanguardista no cuidado e ações sobre o tema

Por Jamille Leão (SEMAS)
20/11/2025 13h27
Semas participa do painel “O Pará na Vanguarda da Bioeconomia Amazônica”, no Pavilhão Pará, na Green Zone da COP 30

O Governo do Pará reforçou, na terça-feira (18), sua posição de protagonista no desenvolvimento da bioeconomia durante o painel “O Pará na Vanguarda da Bioeconomia Amazônica”, realizado no Pavilhão Pará, na Green Zone da COP30. A secretária adjunta de Bioeconomia da Semas, Camille Bemerguy, representou o Estado e apresentou a trajetória, o processo de construção e os resultados alcançados nos últimos anos para consolidar um novo modelo de desenvolvimento baseado na floresta.

Ao lado de representantes da Uepa, Fapespa e da equipe do enviado especial da COP30 para a Bioeconomia, Camille conduziu reflexões sobre políticas públicas, desafios estruturais e articulações institucionais que pavimentaram o caminho para que o Pará assumisse posições de liderança no cenário nacional e internacional.

Trajetória da bioeconomia paraense

O avanço da bioeconomia no Pará resulta de uma construção de longo prazo, ancorada em planejamento, colaboração e mudanças estruturais. O Estado chega à COP, após quase quatro anos de discussões, implementando mais ações dentro do PlanBio, entregando aparelhos como o Parque de Bioeconomia e monitorando de forma contínua as políticas bioeconômicas.

“Acho que o Estado chega em 2025, após quase quatro anos entre discussão, implementação e monitoramento, para tirar lições aprendidas com elementos-chave muito importantes. Quando as discussões ganharam força no Pará, o debate global sobre bioeconomia ainda estava centrado em economia circular e transição energética, sem colocar a floresta como protagonista. A gente começa a discussão sobre bioeconomia quando a bioeconomia do mundo já tinha algum caminho, mas sempre pelo olhar muito mais de uma economia circular, sem a floresta como um ator que tinha a sua força e seu olhar atento enquanto processo de desenvolvimento econômico”, afirmou Camille.

Do carbono neutro às políticas estruturantes

Ela destacou que a virada de chave ocorreu quando o Estado estabeleceu seu plano para ser carbono neutro — inicialmente em 2036, posteriormente antecipado para 2030. A definição dessa meta provocou uma revisão estratégica que levou à criação de um eixo de desenvolvimento socioeconômico de baixo carbono.

Camille explicou como se deu a atuação do Governo nesse processo de entendimento das especificidades locais e regionais que teriam que ser levadas em consideração na realização desse plano. “O Estado estabelece toda uma estratégia de comando e controle, regularização ambiental e fundiária, mas principalmente definindo um eixo de atuação".

"Como é que eu construo um modelo econômico, um novo paradigma que fosse sustentável, que não deixasse ninguém para trás, que olhasse a floresta e seu potencial de crescimento e prosperidade. Bem, a partir desse diagnóstico, definiu-se que a bioeconomia seria um dos pilares para sustentar essa transição — não o único, mas um eixo estratégico capaz de gerar oportunidades e novos modelos produtivos.”

Desafios que moldaram as políticas públicas

Durante o painel, ao ser provocada a refletir sobre como o Pará chegou à vanguarda da bioeconomia amazônica, Camille ressaltou a importância de compreender as barreiras que as políticas precisam enfrentar — especialmente no que diz respeito à viabilidade de mercado e à escala dos negócios bioeconômicos.

“Falando de bioeconomia, tem muitos desafios, para os quais é necessária uma política pública para que a gente possa caminhar para o desenvolvimento bioeconômico. Inclusive, a escala da bioeconomia. Sempre que a gente fala em bioeconomia, vem a pergunta: como que viabiliza isso no mercado, já que para viabilizar negócios, a gente precisa de escala?”.

Ela lembrou ainda que alcançar consensos foi um processo complexo, especialmente no debate sobre o próprio conceito de bioeconomia. “Não foi um processo de discussão fácil, porque se não houvesse colaboração entre diferentes atores, a gente podia passar quase uma vida discutindo qual é o conceito de bioeconomia. O que a gente tinha bem claro é que essa bioeconomia tinha que ser baseada em soluções baseadas na natureza.”, concluiu.

Integração entre governo, academia e mercado

Camille também reforçou que a articulação entre instituições foi fundamental para transformar diretrizes em estruturas concretas, hoje reconhecidas nacionalmente como referências. Os debates trouxeram a visão integrada entre governo, academia e mercado, destacando as lições aprendidas no processo. “Foram articulações para transformar em realidade o que temos hoje em termos de políticas públicas… um ecossistema de inovação que já responde às necessidades da bioeconomia. Não é certo tantos projetos, estudos, ciências desenvolvidas aqui, serem arquivadas, deixadas nas prateleiras do mundo acadêmico. Precisamos desses conhecimentos aplicados no plano desenvolvedor."

O Pará avança de forma consistente porque construiu, de forma colaborativa, um modelo que reconhece a floresta e as populações amazônicas como protagonistas de um novo ciclo econômico. O painel demonstrou que o Estado não apenas definiu metas ambiciosas, mas criou condições reais para alcançá-las — consolidando a bioeconomia como caminho estratégico para o desenvolvimento sustentável da Amazônia.

Texto de Lucas Maciel / Ascom Semas