Soltura de quelônios reforça educação ambiental em Soure, no Marajó
O esforço de conservação da fauna amazônica integrou a programação da Colônia de Férias na comunidade do Tucumanduba e da Operação Verão 2025

Na área rural do município de Soure, no Arquipélago do Marajó, um momento de renovação e esperança marcou a manhã de moradores, visitantes e autoridades locais: a soltura de 21 filhotes de quelônios — 19 tartarugas-da-amazônia e dois tracajás. Eles foram devolvidos à natureza como parte da programação da Colônia de Férias realizada na comunidade do Tucumanduba e da Operação Verão 2025, executada pelo Governo do Pará.
A atividade foi coordenada pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará (Ideflor-Bio), por meio da Gerência da Região Administrativa do Marajó (GRM) e do Escritório Regional do Marajó Oriental, em parceria com o Parque Zoobotânico Mangal das Garças e as secretarias municipais de Meio Ambiente e Promoção Social de Soure.
Os animais, criados em cativeiro sob os cuidados técnicos de profissionais do Mangal das Garças, em Belém, desde a postura dos ovos até o estágio juvenil, foram reintroduzidos em ambiente natural após atingirem a fase ideal para soltura. A ação, que representa um importante esforço de conservação da fauna amazônica, mobilizou a comunidade em torno do tema da proteção dos ecossistemas locais, em especial o público infantil.
Foram distribuídos materiais educativos e realizadas atividades lúdicas com as crianças, enfatizando o papel ecológico dos quelônios e os riscos que essas espécies enfrentam, como o tráfico ilegal e a destruição dos habitats aquáticos. “A soltura vai além da preservação direta das espécies: é uma ação que contribui para o equilíbrio dos ecossistemas aquáticos”, explicou o biólogo do Mangal das Garças, Basílio Guerreiro.

Parcerias - O sucesso da iniciativa reforça a importância de parcerias interinstitucionais e da participação social na proteção dos ecossistemas marajoaras. Para os moradores de Tucumanduba, a soltura dos quelônios foi mais que um evento de férias, simbolizando um reencontro com a natureza e uma lição de respeito à vida nos rios da Amazônia.
De acordo com o gerente da Região Administrativa do Marajó, Hugo Dias, a atividade teve entre seus principais objetivos integrar ações de educação ambiental à vivência prática, unindo conservação e cidadania. “É um gesto simbólico, mas com grande impacto para o território, porque mostra para as crianças, desde cedo, o valor de cuidar da natureza. A emoção dos moradores no momento da soltura mostra que estamos no caminho certo”, afirmou.

Vínculo com a natureza - A gerente do Escritório Regional do Marajó Oriental do Ideflor-Bio, Osiane Barbosa, reforçou o caráter educativo da ação. “Trabalhar com as comunidades, levando conhecimento e promovendo experiências como essa, fortalece o vínculo das pessoas com o território e a biodiversidade. A sensibilização é o primeiro passo para a conservação de longo prazo”, disse Osiane Barbosa.
A atividade também se somou à estratégia estadual de conservação da fauna amazônica, dentro das ações integradas da Operação Verão 2025, que busca unir lazer, segurança e educação ambiental em diversos municípios do Estado. A colaboração com a Colônia de Férias de Soure demonstrou a importância do trabalho conjunto entre órgãos ambientais, instituições científicas e a gestão municipal.